Para cada 1 mil usuários de
planos de saúde no País há 7,6 postos de médicos ocupados. O índice
cai para 1,95 quando se faz a relação entre postos ocupados em
estabelecimentos de saúde e população dependente do
SUS
Usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) têm quatro vezes menos
médicos do que o setor privado, revela levantamento feito pelo
Conselho Federal de Medicina e Conselho Regional de Medicina de São
Paulo. O trabalho, divulgado nesta quarta-feira, 30, mostra que
para cada 1 mil usuários de planos de saúde no País há 7,6 postos
de médicos ocupados. O índice cai para 1,95 quando se faz a relação
entre postos ocupados em estabelecimentos de saúde e população
dependente do SUS. As informações são do jornal Estado de
S.Paulo.
As desigualdades são encontradas em várias partes do País. Nos
serviços públicos de saúde na região Nordeste, por exemplo, há 1,42
postos de trabalho médico preenchidos por cada 1 mil habitantes.
Bem menos do que os 9,62 por mil encontrados no serviços privados.
Quando se analisam Estados, a maior diferença é constatada na
Bahia. A população usuária do SUS convive com a oferta de 1,25
posto ocupado por cada 1 mil habitantes. Mas, entre aqueles com
plano de saúde, a situação é outra: 15,14 médicos ocupados para
cada 1 mil habitantes.
A desigualdade na razão público privado se acentua nas capitais
brasileiras. No Espírito Santo, o fenômeno é evidente. Enquanto no
Estado o índice de médicos usuários do SUS é de 2,54 por mil, ele
chega a 7,67 entre beneficiários de planos. Na capital, Vitória,
esses números sobem para 25,52 e 15,72, respectivamente.
Batizado de Demografia Médica na
Brasil, o trabalho estampa as desigualdades na assistência
encontrada no Brasil. O documento destaca que o crescimento
expressivo do número de escolas médicas não significa uma melhora
na oferta de assistência, muito menos na qualidade dos serviços.
Além das diferenças, o relatório traça um perfil do profissional
médico. Entre os destaques está a tendência de maior presença das
mulheres na profissão. Em 2011, dos 48.569 médicos com 29 anos ou
menos, 53,31% são mulheres. A profissão é exercida
predominantemente por jovens. O grupo de médicos de até 39 anos
representa 42,5% dos profissionais da ativa.