As operadoras de saúde
suplementar, que projetavam alguma desaceleração nos negócios este
ano, tendo em vista a perspectiva de crescimento menor da economia,
começam a refazer as projeções para mais e já consideram factível
obter, em 2011, uma taxa de expansão próxima da do ano
passado.
A constatação é do presidente da
FenaSaúde, Marcio Serôa de Araujo Coriolano, ao fazer um balanço do
setor de saúde suplementar, em entrevista durante o XVII Congresso
Brasileiro dos Corretores de Seguros e o I Congresso Brasileiro de
Saúde Suplementar, eventos que reúnem quase 4 mil participantes, em
Brasília. Significa dizer que o mercado deverá fechar o ano com uma
taxa média de crescimento de 8% e uma receita próxima de R$ 90
bilhões. No caso dos grandes grupos, o faturamento deve ter uma
alta média de 15% sobre o de 2010.
Renda e emprego são as duas
palavras mágicas na dinâmica do setor, explica ele. À medida que as
vagas no mercado de trabalho e a massa salarial aumentam, o setor
de saúde suplementar segue a reboque, já que a adesão a planos é
uma das prioridades ou desejo dos brasileiros, acrescenta.
Depois de “anos negros” para o
mercado- de 2004 a 2006- em razão do impacto do marco regulatório
do setor, reajustes irreais dos planos individuais e, em
consequência, retirada das gôndolas de produtos para pessoas
físicas, o mercado fez uma imersão para se ajustar e voltar
revigorado, informa o presidente da FenaSaúde.
Exibindo um crescimento contínuo
e firme a partir de 2007, a saúde suplementar é tida pelas empresas
como um benefício para reter mão de obra. Antes apenas contratado
pelas empresas de grande porte, agora são as pequenas e médias,
justamente as mais beneficiadas pela chegada ao mercado de milhões
de novos consumidores, que puxam a demanda do seguro saúde.
Na Bradesco Saúde, por exemplo,
as vendas para pequenas e médias tiveram crescimento de 35% nos 10
primeiros meses do ano- entre as grandes foi de 14%.
Outra curiosidade é que a
expansão do mercado de saúde não é mais liderada, em termos
percentuais, pela região Sudeste, mas sim pelo Nordeste, onde a
taxa de crescimento da economia é mais intensa.[3]
Justamente para mostrar as
perspectivas do mercado de saúde suplementar, a FenaSaúde decidiu
promover seu congresso concomitantemente ao dos corretores, em
Brasília. “Até agora é um nicho pouco explorado pelo corretor, mas,
a contar do interesse que os painéis despertaram, é provável que
mais corretores passem a operar neste ramo daqui em diante”,
afirmou o presidente da FenaSaúde.