Quem tem pets sabe que não pode
descuidar da saúde dos bichos. Cuidados com higiene e alimentação,
além de exames periódicos, são essenciais, mas acabam por pesar no
orçamento. Nas clínicas veterinárias é cada vez mais comum o
serviço de plano de saúde para animais.
As ofertas são semelhantes às dos
planos convencionais. Após o período de carência, os animais têm
consultas e exames cobertos pelo serviço mediante o pagamento de
uma quantia mensal. E o que não está coberto pelo plano pode ser
contratado com desconto.
Um detalhe importante a se levar em
consideração é que muitas clínicas oferecem apenas seus próprios
planos, não atendendo a segurados de outras redes.
O Forte dos Animais, em Copacabana, é
uma das veterinárias que oferecem plano exclusivo, há três anos. A
adesão custa R$ 140, e a mensalidade tem o valor fixo de R$ 170,
não havendo mudanças por faixa etária.
A proprietária da clínica, a médica
veterinária Carin Temp, explica como funciona: "Cada clínica
procura fazer seu próprio plano de saúde. Aqui, ele dá direito a
uma consulta mensal e a exames de urina e fezes a cada três meses.
O plano também dá desconto de 10% no banho e na tosa e em produtos
da pet shop e da farmácia. Há ainda descontos de 20% na internação
e de 40% em cirurgias".
Carin afirma que, atualmente, 500
clientes mantêm planos de saúde para seus animais: "O plano da
clínica é interessante porque passamos a ter contato mais próximo
com o animal, a ver a evolução dele, fora do quadro de emergência.
Temos muita procura, tanto de filhotes quanto de idosos".
Atenção às cláusulas dos contratos
Igor Marchetti, advogado do Instituto
Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), adverte que não existe
regulamentação específica para planos de saúde para animais, e,
portanto, eles não estão vinculados às normas da Agência Nacional
de Saúde Suplementar (ANS). Os contratos, entretanto, devem
obedecer às regras do Código de Defesa do Consumidor, que veta a
prática de venda casada para a contratação do serviço.
"Não existe uma regulamentação
específica sobre o tema, mas há certos cuidados que o consumidor
deve verificar. Um deles é a venda casada, que impõe o plano de
saúde como algo dependente da contratação de outro serviço. Se
estiver vinculada, o consumidor pode questionar. Também é preciso
atenção quanto a questões como carência, apólice, coberturas, forma
de pagamento e índice utilizado para o reajuste. Só vale o que
estiver escrito, e é preciso ter conhecimento prévio do que está
sendo contratado", alerta Marchetti.
Outro conselho do advogado é fazer
constar o número de animais envolvidos no contrato, devendo constar
o nome de cada um deles. Ele diz ainda que é preciso checar a
vantagem de se obter o plano de saúde. "O consumidor deve
observar se o serviço traz benefício, se traz uma vantagem
econômica. Isso porque, se a cobertura for muito frágil, os grandes
gastos não serão amortizados o suficiente para justificar o
negócio", avalia o especialista.