Um estudo descobriu mais evidências de que a anemia, doença
caracterizada pela diminuição dos glóbulos vermelhos e que é muito
comum em idosos, pode aumentar os riscos de demência.
Pesquisadores acompanharam de forma prospectiva 2.552 pessoas
mentalmente saudáveis de ambos os sexos, com idade média de 76
anos, durante 11 anos. Eles registraram a contagem de células
sanguíneas e realizaram análises da atividade mental
periodicamente. Do total, 392 pessoas tinham anemia no início do
estudo e, no final, 455 tinham desenvolvido demência. O estudo foi
publicado online no periódico Neurology.
Após considerar os fatores idade, sexo, nível educacional e
depressão, além de mais de uma dezena de outras variáveis, eles
descobriram que o risco de desenvolver demência era 49 por cento
maior nas pessoas que tinham anemia no início do estudo em
comparação com as pessoas sem a doença.
O acompanhamento prospectivo e de longo prazo e a quantidade da
amostra estudada são pontos fortes consideráveis desse estudo. Os
autores reconhecem que talvez seus diagnósticos tenham sido menos
perceptivos que os que utilizam entrevistas clínicas estruturadas e
que eles não possuíam informações sobre tipos específicos de
demência.
"A anemia possui diversas causas que podem ser tratadas",
afirmou Kristine Yaffe, autora sênior do estudo e professora de
psiquiatria e neurologia da Universidade da Califórnia, em São
Francisco. "A questão mais importante é descobrir se é possível
prevenir a demência da pessoa tratada contra a anemia. Não sabemos
se isso ocorrerá, mas é o que deduzimos."