Cientistas espanhóis disseram esta quinta-feira que testes em
animais com a vacina experimental EB-101 foram bem sucedidos. Caso
as experiências em humanos sejam aprovadas, esta será a primeira
vacina preventiva e terapêutica contra o Alzheimer. Poderá estar
disponível em um prazo de seis a dez anos.
Investigadores do Centro de Investigação Biomédica Euroespes,
sob o comando do médico Ramón Cacabelos, divulgaram hoje em Madrid
os resultados de suas pesquisas contra o Alzheimer. Dizem ter
criado uma vacina preventiva e terapêutica contra a doença, que
apresentou resultados positivos em ratos de laboratório.Ao aplicar
as injeções, os especialistas conseguiram evitar que os animais
transgénicos, que possuem as principais mutações genéticas
responsáveis pela doença em seres humanos, desenvolvessem a
enfermidade e reduzir drasticamente as características patogénicas
do Alzheimer.Os estudos apresentados pela equipa científica são o
resultado de melhoramentos feitos em tentativas anteriores. Depois
de os testes em seres humanos serem aprovados, ainda levará entre
seis e dez anos para a vacina tornar-se realidade, segundo
Cacabelos. A patente já foi obtida nos EUA para que os novos testes
sejam realizados.Será necessária a aplicação de várias doses para
que a vacina tenha resultado, revelaram. As injeções teriam um
efeito triplo: eliminar as placas de proteína beta-amiloide nos
doentes ou prevenir que apareçam nos sadios, eliminar a ocorrência
de meningoencefalitis e não provocar micro-hemorragias cerebrais.De
acordo com os experimentos feitos com ratos, a vacina poderia
duplicar as esperanças de vida em pacientes com Alzheimer, revelou
a equipa. No entanto, para os cientistas, o objetivo principal é
melhorar as condições de vida e dar dignidade aos pacientes que
sofrem com a doença.