A greve dos Correios que
se iniciou na noite do último domingo contabiliza 70% de adesão dos
trabalhadores nesta segunda-feira, de acordo com
o Sindicato dos Trabalhadores dos Correios de São Paulo,
Região Metropolitana de São Paulo e Zona Postal
de Sorocaba (Sintect-SP).
No Rio de Janeiro, há participação de 80% dos funcionários, segundo
o Sindicato dos Trabalhadores da Empresa Brasileira de Correios
Telégrafos e Similares do Rio de Janeiro (Sintect-RJ). A
paralisação das atividades acontece por tempo indeterminado. Os
Correios não têm balanço da adesão até o momento.
A principal reivindicação é referente
ao plano de saúde da categoria, que poderá ter cobrança de
mensalidade e mudanças quanto à possibilidade de inclusão de
dependentes. O argumento é de que os salários são em média os mais
baixos dentre os servidores de empresas públicas e estatais (1.600
reais) e que os custos podem chegar a 900 reais, dependendo da
idade do trabalhador. Um julgamento sobre o caso no Tribunal
Superior do Trabalho está marcado para esta segunda-feira.
Os trabalhadores protestam também
contra alterações em cargos e salários, terceirização de serviços,
a possibilidade de privatização da empresa, problemas referentes a
benefícios, o fechamento de agências e a favor da contratação de
mais funcionários. Na avaliação do Sintect-SP, há um
déficit de 4.000 carteiros só na capital paulista. O último
concurso público foi realizado em 2011. Outra reclamação é de que a
extinção do cargo de operador de triagem, anunciada em janeiro, vai
sobrecarregar outras funções.
Em nota, os Correios dizem que respeitam
o direito de greve, mas que o assunto do planos de saúde foi
exaustivamente discutido com os funcionários, sem sucesso. “A
empresa aguarda uma decisão conclusiva por parte daquele
tribunal [TST] para tomar as medidas
necessárias, mas ressalta que já não consegue sustentar as
condições do plano, concedidas no auge do monopólio, quando os
Correios tinham capacidade financeira para arcar com esses custos”,
diz trecho do texto.