O que você acha sobre os Planos de Saúde interferirem no trabalho dos médicos?
Segundo pesquisa Datafolha, encomendada pela Federação Paulista de Medicina, mais de 90% dos médicos do Estado de São Paulo afirmaram sofrer interferência dos planos de saúde na autonomia profissional. Em uma escala de 0 a 10, o grau de interferência teve nota 6. A glosa de medicamentos ou medidas terapêuticas, o número de exames ou procedimentos, as restrições a doenças pré-existentes, o tempo de internação aos pacientes, além da prescrição dos remédios de alto custo estão entre os principais problemas detectados pelos médicos. Os profissionais atribuíram nota 4,7 aos planos de saúde.
No ranking que elenca os piores planos estão empatados a Medial e a Intermédica, seguidos pela Amil e Cassi. Os médicos relatam que os pacientes reclamam da baixa qualidade do atendimento com razão. Segundo a categoria, as operadoras de saúde remuneram muito mal os profissionais que acabam realizando mais consultas por dia ou trabalham em policlínicas para compensar os baixos salários no final do mês.
De acordo com a Associação Paulista de Medicina, descontados os gastos com funcionários e manutenção dos consultórios, o médico recebe em média R$ 12,50 por consulta, valor considerado contraproducente. A Agência Nacional de Saúde Suplementar, a ANS, é acusada pelos profissionais de não tentar regulamentar os planos de saúde. Os médicos denunciam ainda que a ANS é dominada por um lobby das operadoras. A Agência ainda não se pronunciou.
Em nota, a Associação Brasileira de Medicina de Grupo, que representa os planos de saúde, informou que não faz parte de suas atribuições discutir remuneração de prestadores de serviços e que também não participa das decisões sobre remuneração entre médicos e as operadoras de planos de saúde.
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