As dez principais redes de farmácias
de todo o Brasil serão questionadas pelo Ministério Público do
Distrito Federal a respeito do que fazem com as informações de
compras dos clientes. Essas informações ficam ligadas ao número de
CPF que as pessoas informam para obter desconto.
Segundo o MPDF, esse tipo de
levantamento vai mostrar se as corporações fornecem, de forma
indevida, o histórico de compras a outros comércios interessados, a
exemplo dos planos de saúde. As investigações ocorrem desde
novembro de 2017, quando o Ministério Público do DF criou a
comissão de Proteção dos Dados Pessoais.
O coordenador dessa comissão, promotor
Frederico Meinberg, explica que as investigações ainda estão em
fase inicial e que essa é uma preocupação em todo o mundo.
Nas principais lojas farmacêuticas de
todo o país, é comum o atendente pedir o número do CPF do cliente,
para conceder o desconto sobre o produto. Neste caso, o promotor
Frederico Meinberg defende que cada pessoa tem o direito de
fornecer os dados, desde que esteja consciente dos riscos. Caso
contrário, pode pedir o desconto mesmo sem ter que dar o número do
CPF.
O promotor alerta que, em casos de
remédios controlados, é obrigatório o fornecimento dos dados, para
controle da Anvisa, Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Mas,
na compra de remédios comuns, itens de higiene e cosméticos, o
cliente não é obrigado a repassar essas informações.
Caso as investigações confirmem o uso
indevido dos dados de clientes, o Ministério Público pode propor um
TAC, Termo de Ajustamento de Conduta às redes de farmácia. Se elas
não assinarem o termo, podem se tornar alvo de ação civil
pública.