A saúde indígena recebeu pouco mais de R$ 3 milhões nesta segunda-feira (11) para melhorias no setor em Guajará-Mirim (RO) e Região, a cerca de 330 quilômetros de Porto Velho. A entrega simbólica do recurso foi feita na Câmara Municipal de Vereadores pelo secretário estadual de saúde (Sesau) Williames Pimentel, autoridades políticas e a Fundação Nacional do Índio (Funai).
Em entrevista ao G1, o secretário declarou que o dinheiro foi liberado pelo Ministério da Saúde através de uma emenda parlamentar para priorizar os cuidados na área da saúde indígena, como melhorias sanitárias nas aldeias e também auxiliar na estruturação do serviço de transporte de pacientes.
“É importantíssimo porque a estrutura básica da saúde é o saneamento básico e precisamos dar prioridade nisso. Outras linhas de investimento como educação, desenvolvimento sustentável e valorização do meio ambiente também receberão recursos, pois entendemos que aqui está a maior população indígena do estado”, explicou Pimentel.
Ainda segundo o secretário, uma nova ambulancha, que é uma embarcação com todos os equipamentos de uma ambulância, será comprada para suprir a demanda de pacientes na região.
Com aproximadamente 5 mil habitantes em 19 aldeias, a Região da Pérola do Mamoré é a que possui a maior população indígenas de Rondônia. Atualmente, o prédio da Casa de Saúde Indígena (Casai) está em reforma e a previsão é que seja concluído na primeira quinzena de janeiro de 2018. Enquanto isso, os pacientes estão alojados em um local provisório alugado pela Funai.
De acordo com a Sesau, a verba já está disponível para ser utilizada e será administrada pela prefeitura. O próximo passo vai ser a licitação das obras previstas e o início do planejamento nas aldeias que serão beneficiadas direta e indiretamente.
Ao G1, o prefeito Cícero Noronha (DEM) disse que já existe desde 2013 um plano de trabalho para suprir as necessidades básicas, mas que não foi executado por problemas técnicos.
“O projeto vai trabalhar a questão de manutenção das unidades de saúde indígenas como banheiros, lavanderias, poços artesianos e outras necessidades. O plano de trabalho que estava parado vai ser retomado e colocado em ação, juntamente com a Casai e a Funai”, declarou Noronha.
O coordenador regional da Funai em Guajará-Mirim, João Soares, enfatizou que o órgão vai acompanhar de perto a aplicação da verba e que vai auxiliar a administração municipal no processo de execução do plano de trabalho.
“Esse recurso já existia, mas por falta de aplicação, foi bloqueado por Brasília. Felizmente com ajuda de alguns deputados a liberação saiu. Vai melhorar, com certeza, pois de fato a comunidade precisa desse apoio e contamos com um bom planejamento para isso”, diz o servidor.