Fraude começava com adulteração de
ocorrências policiais.
Três irmãs são suspeitas de fazer
parte da quadrilha.
Uma quadrilha especializada em
aplicar golpes contra seguradoras em Minas Gerais foi presa pela
Polícia Civil durante uma operação batizada de Galézia. Em apenas
um ano, o grupo pode ter causado um prejuízo de quase R$ 3 milhões
de reais em seguros do Seguro de Danos Pessoais Causados por
Veículos Automotores de Vias Terrestres (DPVAT).
“Eles captavam, cooptavam
indivíduos pra fornecer documentação, conta corrente. A partir daí
eles falsificavam certidões de óbito, adulteravam ocorrência de
acidente de trânsito com vítima fatal e davam entrada visando o
recebimento do seguro DPVAT”, segundo o delegado Hugo Arruda.
“Não está descartada a participação
de agentes públicos. Eles limpavam os documentos para falsificá-los
ideologicamente. Limpavam com acetona e tolueno, que são produtos
químicos, que retiravam a tinta inicialmente impressa para botar
outros dados e assim viabilizar a prática do crime”, completou.
Ainda segundo o delegado, a fraude
começava com adulteração de ocorrências policiais. Para isso, os
suspeitos usavam carimbos falsos das polícias Civil e Militar. Três
irmãs são suspeitas de fazer parte da quadrilha. Uma delas chefiava
o grupo com ajuda do marido, segundo a polícia. Centenas de
certidões de óbito, de casamento e de nascimento, cartões bancários
e equipamentos usados na produção de documentos falsos foram
apreendidos.
O dinheiro do golpe bancava uma
vida de alto padrão, segundo a polícia. Quatro carros de luxo,
relógios importados e dinheiro foram apreendidos. As imagens feitas
pela polícia no dia das prisões mostram as casas e os apartamentos
dos integrantes do grupo criminoso.
A polícia identificou também mais
de cem pessoas que eram usadas pra receber o dinheiro do seguro.
Segundo a polícia, elas emprestavam o nome e em troca ficavam com
cerca de 10% do valor total. De acordo com o delegado, uma dessas
pessoas chegou a ser torturada por não cumprir o que havia sido
combinado. Os suspeitos vão responder por crimes de estelionato,
falsidade ideológica, organização criminosa, lavagem de dinheiro e
extorsão mediante sequestro. As pessoas que permitiram que seus
nomes fossem usados nos golpes também podem responder por vários
desses delitos.