Picanço, da Porto, diz que não está claro se
queda de roubos na Copa é tendência.
O
aumento dos roubos e furtos de automóveis no país pressionou o
resultado operacional da Porto Seguro no segundo trimestre, que
acabou compensado pela melhora do resultado financeiro no período.
Com isso, a seguradora reportou um lucro líquido de R$ 217,1
milhões, avanço de 13,5% em relação a igual período do ano passado,
em linha com o esperado pelos analistas.
Diferentemente do que previam os analistas que
acompanham a empresa, o volume de indenizações pagas no período não
recuou. A expectativa era que houvesse uma queda de roubos e furtos
de carros por conta do maior policiamento com a realização da Copa
do Mundo, o que de fato aconteceu, mas apenas no mês de junho e que
não compensou o aumento de ocorrências nos outros dois meses do
trimestre.
Citando dados da Secretaria de Segurança Pública
do Estado de São Paulo, a seguradora diz que o número de roubos e
furtos no Estado, onde tem grande presença, aumentou 8% no segundo
trimestre em relação a igual período do ano anterior. “Entretanto,
no mês de junho os roubos foram os menores do ano”, informa a
companhia.
Segundo Marcelo Picanço, diretor financeiro e de
relações com investidores (RI) da Porto Seguro, a tendência de
sinistralidade pressionada continuou. “Diminuiu um pouco com a
Copa, mas ainda não sabemos se é uma tendência firme ou um alívio
temporário”, disse. Segundo ele, do lado da concorrência, a
dinâmica dos preços têm sido “racional”, o que é importante para
compensar o aumento da criminalidade. “Continuamos a recompor
[subir] o preço do seguro de automóveis este ano diante do maior
risco.”
A
sinistralidade do segmento de seguros de automóveis subiu três
pontos percentuais na comparação com um ano atrás, para 57,9%. Esse
indicador mede a relação entre a receita e o pagamento de
indenizações – e quanto menor, melhor. Com isso, o indicador total
da companhia subiu 2,2 pontos, para 56%.
Isso
impactou o resultado operacional da seguradora, medido pelo índice
combinado – também quanto menor, melhor -, que fechou o trimestre
em 95,9%, com avanço de 1,4 ponto em um ano. Acima de 100%, o
indicador mostra prejuízo na operação.
A
receita total da companhia com prêmios de seguros e outros negócios
totalizou R$ 3,7 bilhões de abril a junho, cifra 15,8% maior na
comparação anual. O faturamento da carteira de automóveis avançou
12,1%. A frota segurada cresceu 11% em 12 meses, para 4,8 milhões
de veículos, a despeito da desaceleração da venda de carros no
país, ressalta Picanço.
A
companhia continuou apresentando melhora no resultado financeiro,
que cresceu 91,7% em 12 meses, para R$ 226,6 milhões.