A
alteração na Lei 9.656 traz benefícios a todos os usuários dos
planos, pois, a partir de agora, a inclusão de qualquer prestador
de serviço de saúde resultará no compromisso de manter as
atividades até o fim do contrato.
A
médica, auditora e Coordenadora do Tribunal de Justiça do Plantão
Médico da Bahia, Jamile Ferraz, explica que o usuário somente
ganhou com as mudanças. “Os clientes passarão a ter muito mais
direito. Por exemplo, os usuários de planos referenciais poderão
ter direito a transplante de córneas, de rim, além de deixar de ter
limitação de consultas com fisioterapia.”
Já o
Corretor de Seguros, da Corretora Cia do Seguro, Délio Reis, tem
outra visão sobre essa alteração. “Se for cumprida como está
escrito pode até ajudar o setor, visto que a maioria dos
descredenciamentos se dá por interesse do credenciado (médico,
clínica, hospital etc.). Se houver contrato com direitos e
responsabilidades claros, ótimo. Se for apenas para achacar mais
ainda as Operadoras, pode ser muito nocivo, como tem se mostrado ao
longo dos anos com o excesso de regulação.”
Porém, Jamile esclarece que essa mudança na Lei
não impactará nas vendas de planos privados, mas sim no preço e nos
direitos diferenciados do cliente. “Os planos irão onerar mais e
subirão assustadoramente. Em contrapartida, o usuário terá mais
direitos e um deles é a obrigação do plano de saúde em avisar com
30 dias de antecedência que o médico, clínica, laboratório ou
hospital está sendo descredenciado, além de indicar a mesma
especialidade e importância na região.”
Délio, também não vê aumento nas vendas. “Não
acredito que essa alteração na lei poderá de alguma forma impactar
na venda de planos privados. O mercado já não está bom, devido a
alta sinistralidade, mas está sobrevivendo.”
No
entanto, de acordo com Délio, essa lei pode trazer grandes
benefícios aos usurários e aos corretores. “Se essa mudança for
para valer, dará uma grande contribuição para o relacionamento
entre todos os atores do mercado. Já para o corretor de seguros,
diminuirá o número de reclamações dos segurados e permitirá mais
tempo para a produção.”
Essa
alteração é considerada pela médica Jamile o início de grandes
transformações. “A lei é extremamente positiva, porque eu vejo a
saúde como um todo. Ainda há muito a melhorar, mas foi muito boa
aos usuários”, finaliza Ferraz.