O
Corretor está habituado a trabalhar com os Seguros mais conhecidos
pela população, como o de Auto, Vida, Saúde. Porém há outros ramos
que podem – e devem – ser mais bem explorados e que também dão
tanto lucro quanto esses mais comercializados.
O
professor Castello Branco, da Escola Nacional de Seguros, explica
que há Seguros que poderiam ser alavancados. “Como o de
Responsabilidade Civil profissional. É um ramo que atende toda a
coletividade e os Corretores poderiam atuar muito em todas as
atividades profissionais, como os médicos liberais, de hospitais. É
um nicho muito importante que o mercado carece ser
instruído.”
Outro
exemplo que ele cita é um segmento que poucos têm conhecimento. “Há
um chamado de Responsabilidade Civil Chefe de Família, que todo o
chefe da casa deveria ter de cobertura entre 10 a 50 mil reais,
dependendo de onde ele mora, se tem empregado,
crianças.”
Há
também aqueles que são explorados somente por alguns profissionais.
“Alguns mais específicos como Seguros de Riscos de Engenharia,
Seguro de Garantia, o Corretor deveria atuar mais. Sempre há uma
contratação, uma licitação, e a comercialização está na mão de
poucos Corretores”, enfatiza o professor.
Castello Branco explica que esses perfis são
deixados de lado por diversos motivos. “Primeiro porque existe a
necessidade de especialização pouco mais apurada. Segundo porque as
seguradoras fomentam o Seguro de Automóvel dando metas para os
corretores. E por último é preciso divulgação sobre outros tipos de
Seguro, tanto das seguradoras, como também para o
mercado.”
Para
Castello Branco,um conhecimento mais apurado sobre outros seguros,
é a diferenciação da cobertura do Seguro Residencial e do Seguro
Risco de Engenharia. “Em pequenas obras em um apartamento, como
trocar o piso, fazer rebaixamento de teto, caso aconteça um
incêndio, por exemplo, o seguro residencial não cobre, mas sim o
seguro de engenharia que daria cobertura.”
No
entanto, o que atrai o Corretor de Seguros a atuar em determinado
ramo de Seguros, como o de Auto, é o potencial de lucro. “Esses
outros ramos também tem possibilidade de lucro, mas não tão
atrativa como do auto. O Seguro de automóvel é caríssimo no Brasil
e por causa disso e pela busca maior, o mercado se desenvolve por
ai”, explica Branco.
Apesar de todas as ondas contra o alavancar de
outros segmentos, é preciso que o Corretor comece a trabalhar com
esses perfis. “O Corretor tem que buscar um nicho de atuação. Por
exemplo, há um ramo interessante, chamado Fiança Locatícia, porque
hoje ninguém quer ser mais fiador de ninguém no aluguel de um
imóvel. Mas é um Seguro delicado, já que precisa de uma série de
documentos e especialização no assunto, porque o cliente perguntará
muita coisa.”
Porém, Castello Branco ressalta que é necessário
outras ações em conjunto para que outros perfis conquistem espaço
no mercado. “Precisamos primeiro que as próprias seguradoras ajudem
a divulgar outros tipos de seguros que não seja auto. Segundo que o
corretor busque essa necessidade e terceiro necessitamos de uma
mídia que mostre que há outros tipos de seguros e que são
vantajosos. Temos 100 modalidades de seguros no país e praticamente
trabalhamos apenas com no máximo 30.”
Para
finalizar, ele volta a insistir que é preciso e vital que o
corretor busque outras áreas de atuação e não somente os seguros
massificados. “Por exemplo, agora na copa. O país está construindo,
participando de licitações e não vemos um crescimento significativo
em seguros com cobertura especifica. Somente um pequeno crescimento
nos mesmos massificados, que é automóvel e residência.”