A
Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) acaba de publicar em
seu portal um painel dinâmico com dados sobre reajustes aplicados
aos contratos coletivos de assistência médica empresariais e por
adesão. Com formato interativo, o Painel de Reajustes de
Planos Coletivos possibilita ao usuário realizar diversas
pesquisas com base nas informações e filtros disponíveis.
“A
publicação representa mais uma importante iniciativa da ANS para
ampliar a transparência de dados do setor de planos de saúde,
facilitando o acesso à sociedade e promovendo mais
concorrência no setor. Consumidor com informação é consumidor com
maior poder de decisão e capaz de fazer escolhas mais acertadas”,
destaca o diretor de Normas e Habilitação dos Produtos da Agência,
Rogério Scarabel.
As
consultas podem ser feitas de forma agrupada ou individualizada por
operadora. Também é possível selecionar mês e ano; tipo de
contratação (empresarial, adesão ou ambos); porte do contrato ou da
operadora; modalidade da operadora (autogestão, cooperativas
médicas, filantropia, medicina de grupo e seguradoras).
Estão disponíveis dados de janeiro de 2016 a maio de 2021 dos
reajustes aplicados aos contratos coletivos em vigor no mercado
brasileiro que apresentam formação de preço preestabelecida, ou
seja, com valor pré-fixado da mensalidade. O painel fornece várias
medidas sobre as tendências centrais observadas no setor nesse
período. Entre elas, o Reajuste Médio que reflete a média ponderada
dos reajustes levando em consideração o número de beneficiários de
cada contrato.
Confira aqui o Painel de Reajustes de Planos Coletivos.
Retrato de 2020
O
gráfico Distribuição de Beneficiários por Percentual de Reajuste
mostra um retrato dos percentuais de reajustes aplicados aos planos
coletivos em 2020 – considerando os contratos de planos coletivos
em geral (empresariais e por adesão, com até 29 vidas e com 30
vidas ou mais). Observa-se que a barra maior está em zero, o que
significa que a maior incidência de percentuais aplicados aos
contratos coletivos no ano passado ficou no intervalo entre 0% e
1%.
De
acordo com o gráfico, os intervalos de percentuais ficaram
distribuídos da seguinte forma entre os beneficiários de planos
coletivos em 2020:
? 2,14% dos beneficiários tiveram
reajustes negativos até -15%
? 12,98% tiveram reajustes entre
zero e 1%
? 48,39% tiveram reajustes a partir
de 1% até menos de 10%
? 36,49% tiveram reajustes entre
10% e 28%
Resumo de Estatísticas Descritivas
No
quadro de resumo das estatísticas, reproduzido abaixo, é possível
ter uma visão geral dos reajustes aplicados ano a ano aos contratos
com 30 vidas ou mais, onde o índice é definido em
livre negociação entre as pessoas jurídicas contratantes e
operadoras, e com até 29 vidas, para os quais vale a
regra do agrupamento de contratos. Essa regra, também conhecida
como “pool de risco”, obriga as operadoras a aplicarem o mesmo
percentual de reajuste a todos os contratos deste porte. A medida
foi instituída pela ANS em 2012 e aplicada a partir de maio de 2013
com o objetivo de diluir o risco desses pequenos contratos em grupo
maior, proporcionando maior equilíbrio e estabilidade aos
reajustes.
A
tabela mostra dados gerais de planos coletivos – empresariais e por
adesão -, no período de 2016 a maio de 2021. Os dados estão
disponíveis da seguinte forma:
– porte do contrato: 30 vidas ou
mais e até 29 vidas
– número de operadoras que enviarem
os comunicados de reajustes
– número total de beneficiários que
receberam os reajustes comunicados pelas operadoras
– número total de contratos
informados nos comunicados de reajustes
– reajuste médio: média dos
percentuais de reajustes aplicados ponderados pela quantidade de
beneficiários no contrato no mês de início de aplicação do
reajuste, excluindo-se valores atípicos (outliers) e negociações de
reajustes com alteração de fator moderador
– mediana: indica o valor que está
exatamente no meio de um conjunto de dados: metade está abaixo e a
outra metade está acima dela. Não exclui os valores atípicos
(outliers)
– média: média aritmética simples,
excluindo-se os valores atípicos
– desvio padrão: parâmetro que
indica o grau de dispersão de um conjunto de elementos, mostrando o
quanto os valores dos quais se extraiu a média são próximos ou
distantes da própria média. Não exclui os valores atípicos
(outliers).
– moda: percentual de reajuste mais
frequente nos comunicados de reajustes enviados pelas
operadoras
Na imagem abaixo, nota-se que, ano
a ano, o reajuste médio dos contratos com 30 vidas ou mais é
inferior ao reajuste médio dos contratos com até 29 vidas.
Nota-se ainda que em 2020 os reajustes nesses dois portes de
contrato seguiram a mesma tendência de queda que já vinha sendo
observada nos anos anteriores. O reajuste médio nesse ano ficou em
7,1% para os contratos com 30 vidas ou mais, enquanto nos contratos
com até 29 vidas o reajuste médio ficou em 11,15%.
Até
maio de 2021, 478 operadoras já enviaram comunicados de reajustes
referentes a 539.106 contratos. Até o momento, o reajuste médio,
considerando planos empresariais e por adesão, é 5,55% para os
contratos com 30 vidas ou mais; e 9,84% para os contratos com até
29 vidas e moda de 14%.
Resumo de estatísticas de reajustes de planos coletivos
(empresariais e por adesão) – jan/2016 a mai/2021
Conjunto de dados
O
Painel RPC utiliza a mesma base de dados que está
disponível na página
da ANS no Portal Brasileiro de Dados Abertos desde 2019,
que contém as informações de reajustes aplicados às mensalidades de
planos contratados por pessoas jurídicas – empresarias ou por
adesão, enviadas pelas operadoras de planos de saúde à ANS. Esses
reajustes são referentes a contratos firmados sob a regulamentação
da Lei 9.656/98, de cobertura médico-hospitalar, com ou sem
cobertura odontológica, em contratação coletiva empresarial ou
coletiva por adesão, com financiamento preestabelecido. Os
dados publicados no portal de dados abertos são atualizados
trimestralmente, após o encerramento do prazo de envio de
comunicados relativos ao trimestre anterior.