Comparação é com São Carlos, cidade da
região de mesmo porte.
Motivo é o alto número de roubos e
furtos; em 2016 foram 1.141.
O valor do seguro para carros em Rio
Claro (SP) pode ser até 28,1% mais caro em relação a São Carlos,
cidade do mesmo porte. A diferença se explica pelo grande número de
roubos de veículos registrados na cidade, que liderou as
ocorrências entre as maiores cidades da região em 2016.
Rio Claro tem cerca de 173 mil
veículos e, com o trânsito cada vez mais caótico, é maior o risco
de acidente. Já a crise econômica e a escalada da violência
aumentam um outro tipo de risco: o de roubo de carros. “Seguro é o
que mais a gente precisa ter hoje em dia, não tem jeito, é
prejuízo”, afirmou a aposentada Maria de Lourdes Pícoli. Cidade
lidera roubos e furtos de veículos na região De acordo com a
Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP), no ano passado
em Araraquara 482 veículos foram furtados ou roubados. Desse total
224 foram recuperados, ou seja, 46,47% das vítimas conseguiram o
veículo de volta.
Em São Carlos, dos 724 que foram
levados, 427 foram recuperados (58,9%). Já em Rio Claro, foram
1.141 veículos furtados ou roubados, sendo 891 foram recuperados
(78,08%). A cidade ainda registrou um crescimento de 34% nesse tipo
de ocorrência em relação a 2015.
Cálculo do
seguro Todos esses números influenciam no cálculo do
seguro. A empresária Marines Menegatti tem uma corretora e explica
que o valor é definido basicamente pelo sexo do motorista, idade e
CEP da cidade onde mora. “Há uma diferença muito grande de regiões
porque o CEP com maior índice de roubo e furto automaticamente o
custo vai ser mais elevado. Do contrário, o custo também é menor”,
disse.
A violência pesa no bolso de quem tem
carro. Por exemplo, um motorista de 35 anos que queira fazer o
seguro de um modelo 1.0, em São Carlos, ele vai pagar à vista R$
863 por ano. Em Araraquara o valor é de R$ 913. Já em Rio Claro,
ele vai pagar bem mais: R$ 1.106.
Veículos
‘depenados’ Apesar de muitos conseguirem recuperar o
veículo, grande parte não volta intacto. Os assaltantes nem sempre
estão interessados nos veículos, mas nas peças. “A gente usa a
palavra depenado, que é quando os bandidos acabam tirando pneus,
peças, acessórios de um modo geral. Quando isso acontece, o veículo
volta com avarias e cliente tem que dar entrada, consertar o
veículo, assumir a questão da franquia e acaba tendo prejuízos”,
afirmou. Com tantos roubos na cidade e o preço do seguro alto,
muitos motoristas são obrigados a correr risco. “Sem seguro. Todo
mundo que eu conheço está abandonando o seguro, não aguenta pagar”
disse o motorista Tiago Freitas.