A partir deste sábado
(2), as operadoras de planos de saúde são obrigadas a cobrir 21
procedimentos novos, inclusive o teste rápido para
dengue
Caroline Ane Vieira não comemorou a
chegada do ano novo. Ela passou mal no dia 31 e ficou de cama com
febre e manchas pelo corpo. Pensou que fosse dengue, mas com o
teste rápido soube na hora que, pelo menos, não é essa a doença
dela. "Deu um alívio de saber que não era dengue, mas estou tomando
remédio para as manchas no corpo e para dor e esperando melhorar,
porque não tem o que ser feito", conta.
A partir de agora os planos de
saúde têm a obrigação de cobrir o teste rápido para dengue. O
resultado sai em até meia hora.
Outra novidade é que os planos
também devem cobrir o exame para chikungunya, que é uma doença
viral parecida com a dengue. Testes para o zika vírus não estão
incluídos.
A cada dois anos a ANS, a Agência
Nacional de Saúde Suplementar, inclui novos procedimentos e
medicamentos que são de cobertura obrigatória pelos planos de
saúde.
Pessoas com deficiência auditiva,
agora, passam a ter a opção de um novo tipo de prótese, fixada no
osso. E pacientes com problemas cardíacos têm mais dois implantes
disponíveis. Um deles é o cardiodesfibrilador, uma espécie de
marcapasso que também libera uma descarga elétrica, se for preciso,
para evitar a morte súbita.
Para o tratamento de incontinência
urinária, os planos têm que pagar pela aplicação de toxina
botulínica.
E a ANS incluiu ainda um novo
medicamento - oral - para o tratamento de câncer de próstata, a
enzalutamida.
Na revisão, também aumentou o
número de sessões, dependendo do caso do paciente, com
fonoaudiólogos, nutricionistas, fisioterapeutas.
A Associação Brasileira de Medicina
de Grupo, que representa parte das operadoras de planos de saúde,
diz que vai cumprir a determinação da ANS, mas ainda não sabe qual
será o resultado nas contas das empresas. "Toda a incorporação de
novos medicamentos e tecnologias impacta em custos. Então é claro
que haverá um impacto, enfim, na planilha de custos das operadoras,
o que é um problema, naturalmente", diz Antonio Carlos
Abbatepaolo, diretor-executivo da Abramge.
A Agencia Nacional de Saúde
Suplementar vai avaliar a mudança durante todo este ano, e em 2017
decide se a ampliação da cobertura vai provocar algum reajuste nas
mensalidades. Se alguém tiver dificuldade para fazer um desses
novos procedimentos, tem que procurar a ANS. "O usuário então faz
esse denúncia na agência. Essa denúncia vai ser investigada e se
confirmar a negativa de cobertura, a operadora será multada",
explica Raquel Lisbôa, gerente-geral de regulação assistencial da
ANS.
A Federação Nacional de Saúde
Suplementar, que também representa os planos de saúde, declarou que
as empresas vão cumprir a determinação da ANS. Essas regras valem
para os contratos desde 1999.