A partir da próxima
quinta-feira (19/11), 43 planos de saúde de 16 operadoras terão a
comercialização suspensa em razão do não cumprimento dos prazos
máximos de atendimento e outras queixas de natureza assistencial,
como negativas indevidas de cobertura. A medida é uma determinação
da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Com a suspensão, as
operadoras ficam impedidas de receber novos consumidores nesses
planos até comprovarem melhoria da assistência. Para os
beneficiários existentes, entretanto, o atendimento permanece
normal.
A suspensão é resultado do 15º
ciclo do Programa de Monitoramento da Garantia de Atendimento, que
avalia permanentemente as operadoras quanto às reclamações
relativas à cobertura assistencial. A divulgação dos dados apurados
é feita pela ANS a cada três meses. Neste ciclo, mais de 610,8 mil
beneficiários são diretamente protegidos.
O diretor-presidente da ANS, José
Carlos Abrahão, explica que o monitoramento realizado pela Agência
procura induzir as operadoras a uma mudança de comportamento,
provocando melhorias na assistência prestada aos beneficiários. “A
medida funciona em dois sentidos: por um lado, obriga as operadoras
a melhorarem o atendimento para que voltem a comercializar esses
planos para novos clientes; por outro, protege os beneficiários
desses planos, já que evita a entrada de novos consumidores
enquanto não houver comprovada adequação da assistência”, destaca o
diretor.
Paralelamente à suspensão, 38
planos de saúde de 14 operadoras que estavam com a comercialização
interrompida poderão voltar a ser comercializados, já que
comprovaram melhoria no atendimento ao cidadão. Desde o início do
monitoramento, 1.170 planos de 158 operadoras tiveram as vendas
suspensas e outros 1.014 planos voltaram ao mercado após comprovar
melhorias no atendimento. Das 16 operadoras com planos suspensos
nesta etapa, 10 constavam na lista de suspensão do período
anterior.
Além de interromper a venda, as
operadoras que negaram indevidamente cobertura podem receber multas
que variam de R$ 80 mil a R$ 100 mil.
Reclamações –
Neste ciclo de monitoramento, que compreende o período de 19/06 a
18/09 de 2015, a ANS recebeu 29.831 reclamações de beneficiários
pelos seus canais de relacionamento. Todas foram tratadas pela
mediação de conflitos, sendo que 10.467 eram relacionadas a temas
não assistenciais (contratos e reajuste, por exemplo) e 19.364
referentes à cobertura assistencial. Destas últimas, 13.030 foram
consideradas na avaliação do Programa de Monitoramento - foram
excluídas as reclamações sobre planos de operadoras em
portabilidade de carências ou em liquidação extrajudicial, que já
não podem mais ser comercializados porque as empresas estão em
processo de saída ordenada do mercado.
No universo analisado, 87,6% das
queixas foram resolvidas pela mediação feita pela ANS via
Notificação de Intermediação Preliminar (NIP). A mediação de
conflitos agiliza a solução de problemas do beneficiário de planos
de saúde. Com a notificação, as operadoras são comunicadas
diretamente pelo portal da ANS, em espaço próprio, onde acompanham
as demandas. O prazo máximo para a adoção das medidas necessárias à
solução da reclamação é de até cinco dias úteis em casos
assistenciais e de até 10 dias úteis para não assistenciais.
Panorama do 15º
ciclo
• 16 operadoras com planos
suspensos
• 43 planos com comercialização suspensa
• 610.867 consumidores diretamente protegidos
• 38 planos reativados
• 6 operadoras com reativação total de planos (16
produtos)
• 8 operadoras com reativação parcial de planos (22
produtos)