De acordo com a Federação Nacional dos Médicos (Fenam), a
Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) extrapola as suas
funções ao definir que são “atributos de qualificação” dos médicos,
título de especialista, participação em programa de certificação e
de atualização, pós-graduação, residência médica, entre outros. O
comunicado da Fenam refere-se à resolução RN 267, de 24 de
agosto de 2011, da ANS -, que determina a inclusão obrigatória por
parte das operadoras dos atributos de qualificação de cada
prestador de serviços em seu material de divulgação de rede
assistencial.
Segundo nota de esclarecimento oriunda do CFM, “os Conselhos de
Medicina incentivam a titulação, a especialização, a formação
acadêmica e a educação continuada dos médicos, mas advertem que a
qualificação profissional vai muito além desses indicadores. Além
disso, para o exercício legal da Medicina, impõe-se não a
qualificação especializada, mas a inscrição no CRM.
“A ANS tenta transferir para os médicos a responsabilidade
pela qualidade dos planos de saúde, mas não garante a valorização
dos profissionais pelas operadoras nem o atendimento adequado à
população. A ANS sequer fiscaliza suas próprias normas, como a RN
nº 71-2004, que determina a obrigatoriedade de constar nos
contratos os critérios de reajuste dos honorários médicos, o que é
descumprido pelas empresas.
A medida imposta pela ANS apenas discriminará parte dos
prestadores, o que em nada contribui para a melhoria da assistência
médica suplementar. Por isso, o Pleno Nacional – composto pelos
conselheiros federais e pelos presidentes de CRMs -, defende a
anulação e revogação da RN nº 267-2011. A Fenam compartilha com as
posições acima definidas e compreende ser imprescindível e imediata
a revogação dessa resolução”.