Em apenas uma semana -- de 27
de fevereiro a 5 de março -- o Brasil registrou 98.678 novos casos
suspeitos de dengue. Segundo boletim divulgado pelo Ministério da
Saúde nesta segunda-feira (11), o Brasil teve 495.266 casos
suspeitos de dengue desde o início do ano até 5 de
março.
Comparado ao mesmo período do ano
passado, esse número representa um aumento de 46,6%, situação
alarmante, já que 2015 foi o ano que teve a maior epidemia de
dengue da história do país.
O pico de casos de dengue costuma
ocorrer entre a 15ª e a 20ª semana do ano. Os dados divulgados pelo
ministério são referentes ao período até a 9ª semana de 2016.
Minas Gerais é o estado com maior
incidência de dengue até o momento: 596,6 casos a cada 100 mil
habitantes, seguido por Mato Grosso do Sul (514,7 casos por 100 mil
habitantes) e Tocantins (462,1 casos por 100 mil habitantes).
Mortes
diminuíram
Apesar do aumento de número de casos em relação ao ano passado, o
número de mortes foi menor, ainda segundo o boletim. Até 5 de
março, 67 óbitos por dengue foram confirmados no país. No mesmo
período do ano passado, havia 249 mortes confirmadas.
Quanto aos casos graves, foram 124
confirmados e 1.466 com sinais de alarme. No mesmo período do ano
passado, havia 401 casos de dengue grave confirmados e 5.226 com
sinais de alarme.
Grandes
epidemias
O número total de casos até a 9ª semana do ano já tinha
sido adiantado pelo diretor do Departamento de Vigilância de
Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, Cláudio Maierovitch,
durante evento no Instituto de Infectologia Emilio Ribas, em São
Paulo, em março.
Na ocasião, Maierovitch manifestou
preocupação com a frequência de grandes epidemias observada nos
últimos anos. "No ano passado, tivemos a maior epidemia de dengue
da nossa história. Nós tínhamos tido, antes desta, a maior epidemia
em 2013. Temos ficado espantados com o aumento da frequência das
grandes epidemias."
Ele acrescentou que, ao longo dos
30 anos em que a dengue é endêmica no Brasil, uma grande epidemia
era, em geral, seguida por um período de maior tranquilidade, o que
não vem acontecendo nesta década.