Acaba de ser identificado aquele que pode ser biomarcador mais
precoce associado com o desenvolvimento do Mal de Alzheimer.
Este novo biomarcador parece está presente no líquido
cefalorraquidiano (LCR) pelo menos uma década antes de os primeiros
sinais de demência se manifestarem.
"Se nossos resultados iniciais puderem ser replicados por outros
laboratórios, eles vão mudar a forma como pensamos sobre as causas
da doença de Alzheimer," disse o Dr. Ramon Trullas, professor de
pesquisa do Instituto de Pesquisa Biomédicas CSIC de Barcelona
(Espanha). "Esta descoberta vai nos permitir procurar tratamentos
mais eficazes que possam ser administrados durante a fase
pré-clínica."
Atualmente, a única maneira para diagnosticar a doença de
Alzheimer com precisão é por meio de análise neuropatológicas -
depois que a doença está instalada.
Biomarcadores de Alzheimer
A relação de biomarcadores já conhecidos com as eventuais causas
da doença ainda é obscura, o que torna quase impossível
diagnosticar a doença em fases pré-clínicas com qualquer dose
razoável de certeza.
Os pesquisadores agora descobriram que uma diminuição do
conteúdo de DNA mitocondrial (mtDNA) no LCR (líquido
cefalorraquidiano) pode não apenas ser um indicador pré-clínico da
doença de Alzheimer, como pode haver uma relação causal direta.
A hipótese é de que baixos níveis de mtDNA no LCR refletem uma
capacidade diminuída das mitocôndrias para abastecer de energia os
neurônios do cérebro, provocando a sua morte.
A diminuição na concentração de mtDNA precede o aparecimento de
biomarcadores bioquímicos do Mal de Alzheimer já bem conhecidos
(Aβ1-42, t-tau e as proteínas p-tau), sugerindo que o processo
fisiopatológico da doença de Alzheimer começa mais cedo do que se
acreditava anteriormente, e que o decaimento dos níveis de mtDNA
depleção pode ser um dos primeiros sinais de alerta da doença.
Se for descoberta uma maneira de bloquear essa degeneração, os
médicos poderão ser capazes de diagnosticar e tratar a doença de
Alzheimer antes de os sintomas aparecerem.
O Dr. Trullas afirma esperar que outros laboratórios e hospitais
consigam replicar e confirmar os resultados da investigação de seu
grupo, fazendo com que a redução nos níveis de mtDNA passe a ser
investigada como uma possível causa da doença de Alzheimer.