Após o anúncio da suspensão da venda de 212 planos de saúde,
empresas e representantes do setor se manifestaram sobre os
critérios usados pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).
Amil e SulAmérica afirmaram que acatam a decisão e buscarão
melhorias, mas pediram mais clareza sobre os métodos.
A Amil afirmou em nota que trabalha para atender às regras
definidas pelo órgão regulador, "adequando sua operação e
participando de diálogos técnicos". "Defendemos, no entanto, que se
estabeleçam regras objetivas, de forma a reduzir a incerteza e a
insegurança quanto às metodologias e processos aplicados pela ANS",
completou.
A SulAmérica disse, também em nota, que cumprirá, integralmente,
as determinações e que tem enviado à ANS "diversas sugestões de
aperfeiçoamento que podem contribuir para o aumento da qualidade do
atendimento prestado". A empresa destacou que a Federação Nacional
de Saúde Suplementar (FenaSaúde), da qual é sócia-fundadora, "está
tomando providências cabíveis" por entender que a metodologia
aplicada contém equívocos e causa danos irreparáveis ao
mercado.
A FenaSaúde declarou que encaminhou à agência três ofícios em
que lista os pontos considerados falhos na metodologia da ANS. A
federação, que reúne algumas das principais operadoras, acredita
que, atualmente, a ANS "compara desempenhos entre operadoras
distintas, sem considerar a enorme diferença de perfil de suas
carteiras".
A FenaSaúde reclama ainda que há casos de descumprimento da
regra que só permitem a notificação de uma reclamação na ANS depois
que o beneficiário passou pelos canais de atendimento da operadora
de plano de saúde. "Não é possível determinar se a operadora se
empenhou ou não para atender o beneficiário, o que compromete sua
avaliação", diz.
A medida da ANS e do Ministério da Saúde afetou 21 operadoras
com a suspensão dos 212 planos. A Amil foi a que teve o maior
número de planos suspensos: 91. A segunda é a Amico, com 31. Em
terceiro lugar está a SulAmérica, com a suspensão de 13 planos. A
seguradora admitiu que o número representa 1,76% do portfólio de
738 produtos.
Outros 34 planos de mais cinco operadoras, que haviam sido
suspensos há três meses, permaneceram com o impedimento de venda. A
suspensão acontece porque os planos não cumprem os prazos de
atendimento e também porque se negam a cobrir um procedimento
previsto sem justificativa aceitável.