Associação de empresas
operadoras aposta que o número de funcionários que ganha subsídio
para compra de remédios saltará de dois milhões para 20 milhões, em
todo o país, em cinco anos
Os funcionários valorizam cada vez
mais os benefícios que as empresas têm para oferecer. De acordo com
estudo divulgado pelo Hay Group, consultoria de gestão global, os
benefícios representam hoje até 33% da remuneração anual de um
funcionário que não ocupe cargo de chefia, enquanto o salário
mensal e os bônus representam, respectivamente, 60% e 7%.
Essa preferência é um dos fatores que leva a PBMA – Associação
Brasileira das Empresas Operadoras de PBM (Programa de Benefícios
em Medicamentos) a apostar que o número de funcionários que ganha
subsídio para compra de remédios saltará de dois milhões para 20
milhões, em todo o país, num prazo de cinco anos.
“Por aqui, grandes empresas já oferecem subsídio para compra de
medicamentos aos seus funcionários. Mesmo assim, o conceito ainda
não é muito conhecido no país. Mas acreditamos que em pouco tempo
se tornará tão popular e desejado como os planos de saúde ou os
vales-alimentação”, diz Rodrigo Bacellar, diretor da PBMA.
Petrobras, Unilever, Nestlé, Oi e IBM estão entre as empresas que
já oferecem esse subsídio aos seus funcionários. “Tais
benefícios agregam valor. Um funcionário não trocará de emprego por
um salário pouco acima do que ganha se a outra empresa não oferecer
nada a mais. E para quem está sem trabalhar, na hora de avaliar as
propostas que surgem, isso também pesa no momento da escolha”,
explica Bacellar.
Como o gasto com a saúde está entre as quatro maiores despesas das
famílias brasileiras (junto com habitação, alimentação e
transporte), ele acredita que o benefício para a compra de remédios
é um grande atrativo aos profissionais. “Em muitos casos, as
pessoas interrompem o tratamento medicamentoso prescrito pelo
médico porque não têm mais dinheiro para continuar”, diz o
diretor da entidade.
Isso faz com que o funcionário fique sujeito a recaídas ou
agravamento da doença, podendo até se afastar do trabalho por tempo
indeterminado. “E a empresa, consequentemente, vê seus custos
com a saúde subirem.” Por outro lado, funcionários saudáveis
reduzem a sinistralidade e produzem mais.
A empresa que adota o PBM pode oferecê-lo de duas maneiras aos seus
funcionários: desconto em folha (o crédito oferecido pela empresa
para a compra do remédio é deduzido do salário do funcionário); ou
subsídio de medicamentos (a empresa participa financeiramente sobre
o valor gasto). Atualmente, a primeira opção é a mais utilizada
pelas empresas. De acordo com a PBMA, cerca de 80% das empresas do
país preferem descontar o benefício do holerite dos empregados.
Porém, é crescente o número de empresas que coparticipam do custeio
das receitas médicas, aderindo nesses casos a formas mais modernas
de gestão e controles possibilitados pelos PBMs.