O aumento do poder de compra da população está se refletindo
diretamente no segmento de saúde suplementar. É o que sinaliza a
pesquisa mais recente divulgada pela Agência Nacional de Saúde
Suplementar (ANS). Segundo os dados apurados, entre junho e
setembro do ano passado, cerca de 94 mil pessoas ingressaram nesse
sistema. Isso significa mais de 30 mil novos segurados por mês ou
aproximadamente mil a cada 24 horas.
O Caderno de Informação da Saúde Suplementar, divulgado pela
ANS, indica que, em setembro de 2011, o número de beneficiários dos
planos de saúde ultrapassou a marca de 47 milhões de segurados, um
crescimento de 0,2% em relação ao trimestre anterior. “O número
de beneficiários em planos coletivos continua crescendo a taxas
acima da média do mercado, porém com diminuição de ritmo”,
analisa o superintendente do Instituto de Estudos de Saúde
Suplementar (IESS), Luiz Augusto Carneiro.
Segundo o IESS, o decréscimo de 0,3% de beneficiários de
planos médicos individuais, no 3º trimestre de 2011, reflete o
momento econômico. No mesmo período, a renda média real da
população ocupada teve variação muito próxima de zero, em relação
ao 2º trimestre de 2011 (0,02%), reflexo da taxa de inflação, que
compromete a renda disponível.
Os beneficiários de planos de saúde na faixa etária de 19 a 59
anos é a que mais cresce, 6,6% nos últimos 12 meses, impulsionada
pelo crescimento dos planos coletivos empresariais.
A faixa etária de 0 até 18 anos tem perdido representatividade
relativa, apesar do crescimento em número absoluto constatado
recentemente pela ANS: 3,4% nos últimos 12 meses. E a faixa a
partir de 59 anos, com crescimento de 4,1%, tem mantido sua
representatividade relativa.
Destaque do Caderno de Informação, o Rio de Janeiro é
único estado brasileiro com crescimento maior de planos de saúde no
interior. Conforme os dados, 71,5% dos beneficiários de planos de
saúde se concentram nas regiões de maior atividade econômica do
país, como capitais e regiões metropolitanas.
Dentre os estados compreendidos na pesquisa mensal do emprego do
IBGE, o Rio de Janeiro é o único cujo interior ganhou
proporcionalmente mais beneficiários de planos de saúde do que a
região metropolitana (9,3% contra 4,5%). “Essa interiorização
do mercado de saúde suplementar é fruto do desenvolvimento
econômico no interior do estado”, afirma Luiz Augusto.