O uso de inovações
tecnológicas e a necessidade de desenvolver um olhar mais atento e
humano para o paciente foram temas debatidos na manhã desta
sexta-feira, 17, durante a terceira edição do Summit Saúde
Brasil, evento realizado pelo Estado.
A palestra de abertura
foi feita por Clay Johnston, que é o primeiro reitor da Dell
Medical School, da Universidade do Texas, em Austin. A instituição
teve a iniciativa de rever métodos tradicionais e buscar soluções
inovadoras para oferecer um atendimento de qualidade aos pacientes
com um olhar humanizado e a consciência de que a área da saúde vive
uma crise não só nos Estados Unidos, mas em todo o mundo.
"Estamos gastando cada
vez mais com a saúde e, infelizmente, não estamos vendo mudanças
acompanhando esses gastos. Não estamos vendo um atendimento melhor,
que corresponde ao que estamos gastando. O sistema de saúde está
quebrado e estamos investindo em mais cuidado, mas não
necessariamente é melhor tratar e, sim, pensar na saúde."
Johnston defende também a
maior interação com os pacientes, de modo que eles sejam mais
observados e ouvidos.
"As pessoas não querem
ser pacientes, mas pessoas. Não querem ter um plano de saúde, mas
saúde."
O segundo painel, "Um
sistema mais sustentável, eficiente e inovador", reuniu
representantes de hospitais, planos de saúde e laboratórios para
discutir o uso de tecnologias para gerenciar recursos e oferecer um
atendimento de qualidade para os pacientes.
Superintendente-geral do
A.C.Camargo Câncer Center, Viven Rosso diz que um dos desafios
enfrentados pelo hospital é tomar decisões em relação ao tratamento
dos pacientes e afirma que a instituição adotou o uso de
tecnologias para reunir informações e transformá-las em
indicadores.
"Temos uma visão do que
precisa ser feito. Com a informação compilada, podemos fazer com
que ela esteja no prontuário do paciente e seja utilizada por todos
na instituição."
Presidente da
International Hospital Federation (IHF), Francisco Balestrin afirma
que as entidades precisam avaliar a necessidade de aderir às
tecnologias e que iniciativas criativas e estratégicas também podem
ser consideradas inovadoras.
"A tecnologia, embora
seja útil, também encarece e torna a saúde insustentável.
Precisamos atuar antes desse momento. A tecnologia não
necessariamente é o equipamento, mas uma nova forma de trabalhar o
nosso capital humano, é a comunicação entre toda a estrutura."
Na parte da tarde, a
programação inclui discussões sobre saúde suplementar, epidemias e
regulamentações na era da saúde digital. O evento conta com a
participação de mais de 30 palestrantes das principais entidades
ligadas ao setor no País.