O Bradesco Saúde foi condenado a
pagar R$ 10 mil por negar tratamento a paciente com
leucemia. A decisão é da juíza Lucimeire Godeiro Costa,
titular da 21ª Vara Cível da Comarca de Fortaleza, e foi publicada
no Diário da Justiça da última terça-feira, 17.
Segundo informações colhidas no
processo, o beneficiário do plano foi diagnosticado como protador
de leucemia linfoblástica aguda tipo B. O médico indicou o uso de
um medicamento chamado Mabthera (Rituximabe), a cada dois meses
durante dois anos.
O plano de saúde negou o
fornecimento alegando que o contrato não cobria o medicamento
solicitado. O paciente deu entrada em ação na Justiça para que o
plano custeasse o procedimento, além de reembolsar as eventuais
despesas e indenizá-lo por danos morais.
A contestação do Bradesco Saúde
alegou que o tratamento não fazia parte da cobertura do contrato em
razão do uso "off-label" (quando o uso do medicamento não está
sendo feito como indicado na bula, ou seja, sua eficácia não é
comprovada) do medicamento, o que tornaria legítima a recusa do
fornecimento.
Na sentença, a juíza reconheceu como
abusiva a cláusula do contrato que excluia o uso off-label, já que
a realização do tratamento era essencial para que o quadro de saúde
do paciente fosse reestabelecido.
Afirmou também que, embora o
paciente não se enquadre no uso descrito na bula, a interpretação
das cláusulas do contrato deve ser feita de forma a beneficiar o
consumidor. Ao contrário do que afirmou o plano de saúde, a
alegação do uso "off-label" não é suficiente para afastar a
obrigação do plano de saúde de autorizar e custear o procedimento,
previsto no rol da Agência Nacional de Saúde (ANS).
Sobre os danos materiais, a
magistrada observou que o paciente não comprovou ter custeado
pessoalmente o tratamento. Não sendo comprovada a ocorrência de
dano material, não foi necessário o dever de indenizar.
O POVO
Online entrou em contato com a assessoria de imprensa
do Bradesco Saúde nesta sexta-feira, 20, às 18h11min e às 18h34min
por meio de ligação, mas não foi atendido. Tentamos entrar em
contato por e-mail, dessa vez às 18h15min, mas até o fechamento
dessa matéria, não obtivemos resposta.