A Agência Nacional de Saúde
Suplementar (ANS) vai realizar uma audiência pública no dia 11/10
para regulamentar o compartilhamento de riscos no setor. A intenção
é oportunizar um debate com a sociedade para esclarecer temas como
a responsabilização da operadora e o impacto para os beneficiários,
além de colher mais subsídios para a aplicação da normativa.
Em reunião realizada recentemente pela
Câmara Técnica de Compartilhamento de Riscos, a ANS consolidou o
trabalho iniciado em janeiro e sugeriu três modelos de
compartilhamento de riscos: corresponsabilidade entre as operadoras
para atendimento aos beneficiários, para oferta conjunta de planos
e possibilidade de criação de fundos mútuos para despesas
assistenciais.
A corresponsabilidade para atendimento
e a constituição de fundos já são praticados pelo mercado, em
especial entre as cooperativas como o Sistema Unimed. Para esses
casos, a ANS solicitou às operadoras mais detalhes sobre os tipos
de operação que contribuíram para a definição da proposta de
normativa. Para o terceiro método, de oferta conjunta entre
operadoras, a ANS usou como base o modelo das operações de
cosseguros, também discutidas ao longo das reuniões.
“A operação de planos de saúde não é
exclusivamente financeira. Existem diversas características
definidoras”, explica Washington Oliveira Alves, gerente de
Habilitação e Estudos de Mercado. “A medida vai potencializar
economias de escala no setor, e poderemos dimensionar melhor as
operações de corresponsabilidade”, enumera o especialista. A ANS
indica ainda que a regulamentação deve contemplar uma maior
transparência para as operações de corresponsabilidade e garantir o
atendimento continuado dos beneficiários de planos de saúde.
“Vamos pedir a aprovação desses
mecanismos de compartilhamento de riscos como base para as
possíveis medidas adotadas pelas operadoras. A ideia é que a gente
possa dizer muito claramente o que é aceitável, dar segurança
jurídica à regulamentação e possibilitar novas alternativas para o
setor. Essa é uma das frentes da ANS voltadas à viabilidade das
operações, complementa medidas como a Comissão Permanente de
Solvência e o Programa de Escala Adequada”, esclarece o diretor
Leandro Fonseca.
A expectativa da ANS é que a
regulamentação do setor seja aprovada até o fim do ano, para que a
norma entre em vigor no início de 2018.
Confira aqui informações sobre a audiência
pública.