Professor aposentado de 80 anos
entregou R$ 106 mil ao falso vendedor. Suspeito já tem condenação
por estelionato e 26 passagens pela polícia.
A Polícia Civil do Distrito Federal
prendeu nesta quarta-feira (4) um homem acusado de vender apólices
falsas de seguro de vida a idosos e aposentados do Lago Norte no
ano passado. Segundo o delegado-adjunto da região, Ricardo Viana, o
suposto estelionatário se apresentava como representante do seguro
que as vítimas já tinham adquirido, e oferecia facilidades e
benefícios para a renovação do plano. Até esta quinta (5), duas
vítimas, de 80 e 90 anos, já tinham sido identificadas. “Ele tinha
os dados do idoso e do seguro contratado por ele. Com isso,
esperava uma data próxima ao vencimento do seguro e se aproximava
dessas pessoas. É uma pessoa convincente, de boa aparência, que
abria as portas das casas das vítimas com essa conversa de
renovação, de benefícios, de promoções”, afirma Viana. Uma das
vítimas do acusado, um aposentado de 80 anos que mora sozinho,
repassou um total de R$ 106 mil ao acusado entre fevereiro de 2014
e janeiro de 2015. Segundo o delegado, um parente estranhou as
movimentações financeiras na conta do homem e acionou a polícia,
que identificou a fraude.
Em uma consulta no sistema
eletrônico da polícia, os agentes descobriram que Edrísio Guedes
Junior, de 42 anos, já tinha condenação judicial por golpes
aplicados no Cruzeiro e no Sudoeste, com mandado de prisão
expedido. O homem foi capturado na casa do aposentado, onde tinha
combinado um café da manhã com o “cliente”. As duas vítimas
identificadas até o momento são professores aposentados da Fundação
Educacional do DF. Agora, a polícia investiga se algum funcionário
da entidade facilitou o acesso do acusado às informações do seguro
de vida. Segundo informações da delegacia, Junior apresentava
crachá e documentação dos planos de saúde para dar veracidade aos
golpes, mas a origem dos itens ainda é desconhecida. Ficha extensa
Segundo o delegado responsável pela prisão, Junior contabiliza 26
passagens pela polícia por estelionato, tentativa de estelionato,
furto qualificado e formação de quadrilha. Os crimes começaram a
ser registrados em 1993 e as investigações estão espalhadas por
seis delegacias do DF. Edrísio Junior foi indiciado por estelionato
sob forma continuada (praticado várias vezes contra as mesmas
vítimas) e, segundo o delegado, pode pegar entre um e cinco anos de
detenção. Como já havia mandado de prisão expedido, o acusado está
na carceragem do Departamento de Polícia Especializada (DPE) e deve
ser encaminhado à Papuda nos próximos dias, após ordem
judicial.