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Economia fraca pode afetar receita de seguradoras

Fonte: CQCS Data: 06 fevereiro 2015 Nenhum comentário

As seguradoras devem apresentar bons resultados no quarto trimestre de 2014, período sazonalmente forte. Mas a atenção dos analistas ao balanço final do ano passado estará mais voltada para a expectativa das companhias quanto ao impacto da desaceleração econômica sobre a receita das seguradoras neste ano – tema que deve dominar as teleconferências.

A estimativa do mercado é que a economia fraca afete mais os resultados futuros de BB Seguridade, pois deve impactar segmentos importantes para a companhia, como os de seguro de vida, previdência, rural e prestamista. Porto Seguro e SulAmérica têm uma dinâmica mais ligada aos ramos em que são focados: seguro de automóvel e saúde, respectivamente.

“O quarto trimestre é tipicamente o mais forte do ano. Não esperamos nada diferente desta vez, mas acreditamos que pode haver indicações crescentes do impacto do cenário macroeconômico mais fraco, especialmente na parte superior. Isso poderia se materializar em crescimento de volume de prêmios mais fraco em automóvel e contribuições de previdência e aumento de indenizações em saúde – em decorrência do aumento do desemprego”, avalia a equipe de análise do Goldman Sachs, em relatório.

Para BB Seguridade, a média das estimativas de cinco analistas consultados pelo Valor aponta lucro líquido de R$ 909 milhões no quarto trimestre, equivalente a um avanço de 29% sobre igual período do ano anterior. Os analistas esperam que o resultado da holding de seguros do Banco do Brasil comece a mostrar alguma acomodação por conta do “efeito base” – no quarto trimestre de 2013, que foi bastante forte, o avanço do prêmio foi de 50% em relação ao mesmo período de 2012.

Quanto aos prêmios emitidos no trimestre, a equipe de análise do Bradesco BBI espera que os destaques positivos sejam a receita de seguro prestamista na operação de vida e rural (BB Mapfre SH1) e o aumento das contribuições de previdência à Brasilprev. Essas duas operações, que contribuem com quase 80% do resultado, são o foco da companhia e, por isso, serão as que continuarão a ter um “guidance” numérico.

Para a Porto Seguro, a média das estimativas de seis analistas consultados é de lucro líquido de R$ 279 milhões, o que representaria um avanço de 20% em relação ao mesmo período de 2013. Os analistas esperam que a companhia mostre uma aceleração do volume de prêmios de seguros de automóvel, principalmente da marca Azul, de custo mais baixo. Tal expectativa e um menor volume de indenizações nessa carteira devem garantir o crescimento da última linha do balanço.

Já para SulAmérica, os analistas esperam recuo do lucro, pois a alta inflação dos custos médicos deve ofuscar a receita sazonal mais alta do trimestre. A média de projeção de seis analistas consultados é de lucro líquido de R$ 266 milhões, equivalente a uma queda de 7%. A equipe do UBS observa que, apesar de mais um forte ano de reajuste de preços do seguro saúde, espera-se uma desaceleração do crescimento do volume de prêmios dessa carteira para 11,5% em 12 meses.

Em eventos do setor e encontros com a imprensa, executivos do setor têm minimizado o impacto da desaceleração do PIB. Eles afirmam que o setor ainda tem pouco alcance na população e representatividade na economia – quando comparado ao desempenho em outros países – e, por isso, ainda deve apresentar crescimento consistente este ano. A Confederação Nacional das Seguradoras (CNSeg) estima aumento das receitas em torno de 12% em 2015.

 

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