Os medicamentos devem
subir, em média, 2,43% no dia 1º de abril, um pouco abaixo da
inflação acumulada em 2017, que chegou a 2,95%. O reajuste aplicado
em cada remédio irá variar de 2,09% a 2,84%, conforme a Câmara de
Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED).
Embora seja relativamente baixa, a
correção serve de alerta para que o consumidor refaça suas
estratégias para pesquisar e comprar medicamentos. Afinal, trata-se
de uma das áreas de consumo que mais drenam dinheiro dos
brasileiros: por ano, são gastos R$ 65 bilhões em medicamentos no
país, conforme a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)
_ média de R$ 342 por pessoa.
— Como há uma ampla concorrência entre
as farmácias, pesquisas em mais de uma rede podem revelar onde
estão os melhores preços — explica Edison Tamascia, presidente da
Federação Brasileira das Redes Associativistas e Independentes de
Farmácias (Febrafar).
Conforme levantamento do Instituto de
Ciência, Tecnologia e Qualidade, uma instituição de ensino e
pesquisa da área farmacêutica, o preço cobrado pelo mesmo
medicamento pode variar até 81% de loja para loja. O analgésico
Novalgina, por exemplo, é comercializado por R$ 8,70 a R$ 46,50,
dependendo da farmácia.
Principalmente para quem precisa de
medicamentos de uso continuado, os cartões de fidelidade das
farmácias e de grandes laboratórios podem abrir caminho para
descontos importantes. Os cortes podem chegar a até 70% em algumas
variedades. Em compras frequentes, representam um alívio
considerável ao bolso.
— As redes costumam valorizar a
fidelidade dos clientes, então o consumidor deve sempre se informar
sobre os planos disponíveis, perguntando ao atendente e pesquisando
nos sites — reforça Tamascia.
Uma recomendação para escapar da alta
dos medicamentos é garantir a compra antes do reajuste ou nos
primeiros dias de abril, aproveitando os estoques antigos. Os
aumentos levam alguns dias até serem repassados pelas redes,
período que pode ser de 30 a 40 dias.
Outra alternativa para melhorar a
comparação de preços é utilizar a tecnologia: sites e aplicativos
gratuitos que pesquisam preços de remédios têm se espalhado e
englobado uma boa relação de produtos. O site Melhor Farmácia, por
exemplo, traz dados de 60 mil medicamentos, que podem ser
pesquisados tanto por nomes comerciais quanto por princípios
ativos, em cinco mil farmácias.
— A vantagem é que a pesquisa por
esses serviços traz resultados imediatamente — explica Andrea
Rodrigues, diretora executiva da Melhor Farmácia.
Seis formas de economizar na compra
de medicamentos
- Busque sites e aplicativos que
facilitam a pesquisa de preços de medicamentos. Em portais como
o Clique
Farma e Melhor
Farmácia há indicações de farmácias onde o
consumidor pode encontrar o preço mais em conta, ou mesmo sugestões
de genéricos similares.
- Para incentivar a adesão a
tratamentos que envolvem medicamentos de uso contínuo, grandes
laboratórios desenvolvem planos de fidelidade que oferecem
descontos em farmácias conveniadas. As próprias redes de farmácias
têm seus programas de pontos, que prometem redução de até 70% em
alguns remédios. A dica é acessar os sites das redes e laboratórios
e preencher o cadastro para conseguir os descontos.
- Outra forma de poupar é pedir ao
médico que, na receita, seja colocado o princípio ativo do remédio,
e não o nome comercial. Levar a receita com o princípio ativo
facilita para que o farmacêutico ou atendente ofereça opções
fabricadas por diversos laboratórios, e, consequentemente, com
valores variados.
- Aproveite programa Farmácia Popular,
do Ministério da Saúde, que oferece remédios com preços até 90%
mais baixos. Vale destacar que não é necessário comprovar renda ou
ter utilizado o Sistema Único de Saúde (SUS) para recorrer ao
programa. Basta ir a uma farmácia credenciada, apresentar a receita
médica e um documento com foto. A lista das credenciadas
está neste
site.
- Fique atento à lista de remédios
gratuitos oferecidos pelo governo. O Ministério da Saúde
disponibiliza medicamentos sem custo para diversas doenças nas
unidades básicas de saúde (UBS) e muitas prefeituras contam com
postos de saúde que usam o mesmo sistema. Nesse caso, também só é
necessário apresentar documento e receita médica para retirá-los.
Já o programa "Saúde Não Tem Preço" distribui remédios para asma,
hipertensão e diabetes. Para retirar, basta procurar redes
credenciadas pela Farmácia Popular.
- Também informe-se com seu plano de
saúde sobre descontos em medicamentos a seus beneficiários. Em
parceria com redes de farmácias, os planos de saúde mais populares
costumam oferecer descontos atraentes. Vale dar uma pesquisada no
site ou entrar em contato com a Central de Atendimento do seu
convênio.
Fonte: Federação Brasileira das
Redes Associativistas e Independentes de Farmácias, associação de
consumidores Proteste e portal Melhor Farmácia.