Em agosto, o Grupo de Trabalho
constituído pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) para
analisar a proposta do Ministério da Saúde de criação de planos de
saúde acessíveis à população, encaminhou à Diretoria Colegiada da
ANS o Relatório Conjunto SEGER/GABINETE/ANS Nº 01/2017, com várias
considerações e concluiu-se que as propostas originárias do
Ministério da Saúde concorrem com ações regulatórias já em
andamento na ANS, algumas inclusive recentemente editadas.
Desta forma, entende-se que alguns
itens necessitam de maior detalhamento e de estudos de mensuração
de seus impactos, tais como: atenção básica, coparticipação,
diretrizes de utilização, canais digitais de comunicação segunda
opinião médica, sendo ações que já ocorrem no mercado, independente
de quaisquer sugestões contidas nas propostas de planos
acessíveis.
O Relatório foi submetido à
deliberação da Diretoria Colegiada da ANS e agora será preciso
aguardar os próximos encaminhamentos que esta irá adotar.
Indiscutivelmente é uma boa sinalização de que a Agência aprova a
criação de planos de saúde acessíveis, mas isto somente se
consolidará com a provável edição de Resolução ou Instrução
Normativa pela ANS para a regulação efetiva que autorize a
comercialização desses planos.
Para os hospitais filantrópicos e
Santas Casas de menor porte abre-se, com isso, a possibilidade de
criação deplanos de saúde próprios, como mais uma forma de captação
de recursos, especialmente para as que sofrem com as dívidas e a
desvalorização da tabela SUS. “Os hospitais menores podem melhorar
suas receitas com os planos e, além disso, prover alternativa para
a população que depende exclusivamente do SUS”, afirma Carlos
Miranda, do Depto de Planos de Saúde da Fehosp.
As propostas de planos acessíveis
implicam três modalidades: plano simplificado, de cobertura para
atenção primária; Plano Ambulatorial + hospitalar, com cobertura de
toda atenção primária, atenção especializada, de média e alta
complexidade; e, o Plano em Regime Misto de Pagamento, que oferece
serviço por intermédio de contraprestação mensal para cobertura de
serviços hospitalares, terapias de alta complexidade e medicina
preventiva, bem como, quando necessário, atendimento
ambulatorial.
Diante da crise econômica que o País
atravessa e a consequente redução de beneficiários em planos
médico-hospitalares, os planos acessíveis poderão vir a representar
ótimas alternativas para a população e também para os hospitais. O
intuito de ofertar planos mais acessíveis, com atendimento
direcionado para as reais necessidades dos cidadãos brasileiros,
facilita o acesso das pessoas à saúde suplementar. “Assim que as
regras estiverem plenamente definidas pela ANS, os hospitais
filantrópicos devem aproveitar esta oportunidade e criar suas redes
próprias de saúde”, conclui Carlos Miranda.