Para o
diretor de negócios da Integral, Leonardo Zimmerman, motivação e
expectativas são as principais razões da
carência
Os
pacientes não têm final de semana livre, contudo, eles são, muitas
vezes, prejudicados pela ausência dos profissionais que trabalham
com homecare. Isso ocorre porque os auxiliares de enfermagem
escalados para plantão costumam não comparecer, o que, logicamente,
causa bastante descontentamento nos clientes.
Isto
é o que conta diretor de negócios da Integral Sistema de Saúde,
Leonardo Zimmerman. Ele explica que este não é um problema
exclusivo da Integral, mas uma realidade constante desta área do
mercado de saúde. “O homecare tem baixa qualificação de mão de obra
nas habilidades técnicas, no atendimento, e sofre com a ausência de
comprometimento destes profissionais”, diz o executivo.
Diante então deste cenário, uma equipe formada
por um enfermeiro supervisor, uma enfermeira coordenadora e um
enfermeiro, a Integral detectou o panorama sobre as falhas na
qualidade da formação de seus profissionais. “A questão da
motivação e expectativas são as principais razões desta carência de
profissionais qualificados e interessados”, conta Zimmerman. “Nada
melhor que os principais envolvidos que têm contato direto com os
pacientes para planejar o melhor a ser feito”, diz.
O
assunto foi discutido em março deste ano e, em abril, o projeto
“Educação Continuada”, que conta com diversos cursos on-line, já
estava disponível aos funcionários. O objetivo é aperfeiçoar a
formação dos auxiliares de enfermagem, responsáveis pelo
atendimento nas residências de pacientes, oferecendo a
possibilidade de atualização e novos aprendizados por meio de um
programa de e-learning, em que o profissional pode escolher os
horários de seu curso e o conteúdo, de acordo com a necessidade de
seus atendimentos, contando com suporte on-line. A gestão do curso
também fica por conta do aluno.
O
projeto também tem treinamentos presenciais com a equipe de
enfermeiros educadores, que são acionados toda vez que o setor de
implantação solicita profissionais para lidar com a média e
alta complexidade ao âmbito de escala.
Como
conta Zimmerman, a presença do educador nas residências tem o
intuito de mediar o cuidado e a qualificação profissional, orientar
os familiares quanto ao seu papel de cuidador, além de tirar
dúvidas referentes aos procedimentos e uso de equipamentos. Uma
assistente social também é responsável pelo envio deste
funcionário, para suprir a ânsia de informações e necessidades
sociais na implantação domiciliar.
Efeitos inevitáveis
Zimmerman explica que a necessidade
de garantir a qualificação mínima dos profissionais de nível
técnico, escalados para o atendimento domiciliar de pacientes de
média e alta complexidade, é essencial para uma melhor recuperação
e na abreviação do período de internação domiciliar. “Outra questão
é que com a redução do absenteísmo, diminuem também as queixas dos
pacientes”, diz.
Desde
a implementação do projeto, a Integral já detectou a redução da
taxa de absenteísmo em 10 pontos percentuais e a taxa de
reclamações em 30. Em relação aos resultados intangíveis, melhorou
o relacionamento com os pacientes e seus familiares, com a
operadora, além da facilidade na captação de profissionais de
enfermagem.
A
taxa de absenteísmo que em janeiro deste ano era de 21% e chegou
aos 24% no mês seguinte, caiu para 11% em agosto. “O projeto
superou as expectativas, com redução de 50% além do esperado. Nossa
luta agora é chegar ao 0%”, afirma e executivo.
Agora, a Integral tem a intenção de levar o
programa para mais clientes. “Para obter melhores resultados,
precisamos expandir”, explica o executivo. O que garantirá também a
sustentabilidade do projeto que investirá, até dezembro de 2013, um
total de R$ 100 mil. O recurso até este momento foi aplicado na
prospecção, em treinamento e na constituição da equipe de
educadores e, simultaneamente, na elaboração da área de e-learning
no site da Integral.
Ainda
assim, Zimmerman, afirma que, apesar do esforço, existe um índice
residual de absenteísmo nas escalas que ainda foi não possível
eliminar. “Temos um desafio a mais quando consideramos o turnover
desta mão de obra, o que implica em retrabalho e custos que
poderiam ser evitados com o programa da Educação
Continuada”.
Garantir a qualificação mínima dos profissionais
de nível técnico, escalados para o atendimento domiciliar, é
essencial para uma melhor recuperação e na abreviação do período de
internação domiciliar