Objetivo é envolver e responsabilizar
diretamente os gestores pela formação e desenvolvimento de suas
equipes
Começou com o processo
de acreditação. O Hospital da Unimed Vitória foi um dos primeiros
do Brasil a obter o certificado de Excelência (nível 3) da
Organização Nacional de Acreditação (ONA). A adoção dos padrões de
qualidade dos processos internos levou a instituição a encarar um
outro problema: a gestão das pessoas. Com a ajuda da consultoria RH
Plus Cia de Remuneração, a Unimed Vitória formulou diretrizes para
buscar práticas que trouxessem – e mantivessem – na instituição os
profissionais mais aptos em seguir com coesão os processos internos
e que sustentassem o hospital no rumo dos objetivos
estratégicos.
“Possuir o certificado
de organização acreditada traz, em primeiro lugar, credibilidade
para a empresa quanto à competência, excelência e qualidade dos
produtos e serviços oferecidos. Isso também exige investimentos que
alcancem todos os colaboradores, em termos de treinamento e
desenvolvimento profissional e humano”, explica o
diretor-presidente da Unimed Vitória, Márcio de Oliveira
Almeida.
Foi implantada assim a
Gestão por Competência, método cujo maior objetivo é promover
treinamentos e desenvolvimento profissional – e que coloca a gestão
de recursos humanos em um papel estratégico corporativo central. Ao
custo total de R$ 114 mil, os projetos começaram em agosto de 2012
com um convite a todos os colaboradores.
Primeiro, os gestores
foram ouvidos. Depois, foram mapeadas as competências dos
profissionais alocados em cada área do hospital. Esses dados foram
primordiais para promover treinamentos, inclusive técnicos, que
capacitassem esses colaboradores para futuras avaliações de
desempenho, retroalimentando o sistema.
Surgiu assim o
Levantamento das Necessidades de Treinamentos (LNT), base de dados
que utiliza as lacunas nas competências dos profissionais da
instituição para padronizar o processo de recrutamento. O
público-alvo são os colaboradores em cargos de lideranças,
incluindo funções consideradas estratégicas. Para a instituição,
era importante envolver e responsabilizar diretamente os gestores
pela formação e desenvolvimento de suas equipe. Desde então, cada
novo colaborador da Unimed Vitoria recebe essas informações no
processo de integração.
Toda a implantação
levou cerca de um ano: dois meses de preparação para alinhar o
projeto e suas ferramentas à realidade da organização. Dois meses
foram dedicados ao levantamento de dados para a composição das
competências organizacionais. Outro mês serviu para o mapeamento
das funções, mais dois para treinamentos, mais três para a
avaliação de desempenho e feedbacks e mais dois para as entregas
dos planos de desenvolvimento de competências aos
gestores.
O processo padronizou
os requisitos técnicos e comportamentais para que um profissional
possa assumir cargos específicos nas empresas. Entre os resultados
obtidos, Almeida enumera ganhos de produtividade e competitividade,
aumento da colaboração no ambiente de trabalho, comprometimento dos
colaboradores e fortalecimento das equipes, além de foco em
resultados.
O processo não foi
concluído sem percalços: alguns colaboradores tiveram dificuldade
para assimilar o funcionamento da metodologia. Toda novidade gera
desconfiança, diz a máxima popular, e houve uma resistência
considerada “natural”. Foi preciso “vender a ideia”, mostrando aos
colaboradores que a Gestão por Competências seria útil para
todos.
Futuro
Para o
executivo, uma das maiores vantagens para a companhia é poder
definir de antemão que competências serão valorizadas para cada
função, bem como as expectativas com relação ao ocupante do cargo.
No entanto, ressalva, a mensuração de indicadores objetivos de
comportamento facilita a gestão, mas não elimina o bom senso e a
avaliação dos profissionais para que eles melhorem
constantemente.
O projeto de Gestão
por Competência é perene, alinhado às estratégias organizacionais e
apoiado pela direção da cooperativa. O objetivo, aponta Almeida, é
criar uma forma eficaz de identificar o potencial e desenvolvimento
do colaborador, tornando claro o caminho que ele precisa percorrer
para o crescimento.
Segundo a Unimed
Vitória, a cada 18 meses será realizado um novo ciclo de avaliação
de competências e desempenho dos colaboradores do
hospital.