O conflito na Ucrânia vem
provocando efeitos econômicos em todo o mundo, já que a
continuidade do conflito vem mostrando influência na taxa de
inflação dos países, além da taxa de juros e câmbio. A
instabilidade no mercado internacional foi um dos assuntos
debatidos na reunião mensal do Comitê de Estudos de Mercado (CEM),
da Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg).
Luiz Roberto Cunha, da PUC-Rio,
informou que no mercado financeiro, as perdas de bancos e
investidores de economias centrais com as sanções impostas à Rússia
podem representar cerca de US$ 100 bilhões.
Segundo as mais recentes
estimativas, em 2022, o setor segurador poderá crescer de 3,9% (sem
Saúde e DPVAT, em cenário pessimista) a 10,3% no quadro otimista
(igualmente).
Tanto Luiz Roberto Cunha, da
PUC-Rio quanto o consultor da CNseg, Pedro Simões, disseram
que a duração do conflito será determinante para agravar ou atenuar
os problemas macroeconômicos dos países. “Quanto mais longa a
guerra, pior seus impactos na geopolítica e para as questões
humanitárias (refugiados)”, lembrou Luiz Roberto.
O economista da PUC-Rio
avaliou que, no Brasil, a taxa básica na casa de dois dígitos já é
significativa e deve, daqui em diante, avançar em ritmo menos
acentuado do que nas economias centrais, onde o ajuste começou mais
tarde.
Conforme debates no CEM, as sanções
impostas à Rússia já podem colocar o país em recessão e se tornar
ainda mais severas, se a área de energia for mais atingida. Nesse
caso, a asfixia econômica alcançaria não apenas a Rússia, mas
grande parte das economias centrais e periféricas, considerando os
preços do petróleo e do gás.
Para Luiz Roberto, a guerra, que
afeta duramente a infraestrutura da Ucrânia, e, via sanções, também
poderá afetar as vendas de petróleo da Rússia, fertilizantes e
trigo, encarecendo as cotações mundiais, pode colocar “mais lenha
na fogueira” da inflação mundial.
Uma novidade foi, a pedido do
presidente da CNseg, Marcio Coriolano, um primeiro cenário
retrospectivo, desenvolvido pela SUSEP com Sandro Leal, da
FenaSaúde, da evolução de prêmios e custos médios da saúde privada.
Conforme Marcio Coriolano, um resultado “desfazedor de mitos”,
porque mostra evolução real (descontada a inflação pelo IPCA)
moderada de ambos nos últimos anos. Ao contrário do que vem sendo
noticiado. O resultado será aprimorado, segregando-os por ramos da
saúde privada; contratos coletivos e individuais, e por tipo de
operadora.