Novas regras da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) têm
sua eficácia questionada por especialista em
gestão de planos de saúde. A
Regra de número 259, por exemplo, que torna obrigatório o
atendimento ao cliente em consultas ou exames em, no máximo, 15
dias foi considerada “ótima, mas impraticável em curto
prazo”.
Segundo o consultor em saúde da HCVP
Consultoria Empresarial, Horácio Cata Preta, essa proposta
da ANS não poderia ser viável no curto prazo, mesmo porque nem a
própria Agência conhece a capacidade produtiva da rede de
prestadores de serviços. Segundo Cata Preta, “fixar prazos para
as operadoras aleatoriamente não resolve a questão”.
Mapeando a estrutura
O mais lógico seria,
antes de mais nada, mapear toda a estrutura de prestadores de
serviços médicos-hospitalares, bem como avaliar sua
capacidade de produção de serviços. Com esses dados em mãos, seria
interessante confrontá-los com a utilização por parte das
operadoras. “A partir desse diagnóstico é que se saberá
realmente onde estão as falhas e o que deve ser feito para
saná-las”, acredita o consultor.
O especialista acredita que é importante que a agência faça um
mapeamento detalhado do mercado, para que o agente regulador
conheça a capacidade de produção e de entrega dos serviços médicos
e hospitalares que estão ao alcance dos prestadores de serviços,
antes de definir os prazos e punições para as operadoras.
Descontos por prevenção
Por outro lado, há algumas resoluções da ANS elogiadas pelo
consultor, a exemplo da que prevê descontos aos usuários de
planos de saúde que fizerem parte dos programas de prevenção
promovidos pelas operadoras.
Sobre o assunto, Cata Preta lembra que a prevenção é uma ótima
ferramenta de gestão para reduzir custos, mas é importante que os
resultados do programa sejam adequadamente controlados.
“A prevenção será uma das mais importantes ferramentas de
gestão dos planos de saúde nos próximos anos e todos poderão se
beneficiar das economias geradas pelos cuidados com a saúde”, explica.
Mercado de saúde suplementar
O consultor acredita que a ANS deveria reduzir o mercado de saúde
suplementar, retirando dele ou promovendo a compra ou incorporação
de pelo menos 300 operadoras, que são praticamente todas as de
pequeno porte e que enfrentam algum tipo de problema.
Por fim, seria ainda interessante que a ANS suspendesse por um
tempo o processo de edição de novas normas, com o objetivo de
permitir que as operadoras consigam adaptar as suas rotinas
internas e sistemas às normas que já foram editadas. Cata Preta
acredita que o mercado não tem tido tempo suficiente para assimilar
o grande número de resoluções novas e repassar os seus efeitos aos
beneficiários dos planos de saúde.