A Mondelez, uma das líderes do setor
de chocolates e guloseimas no Brasil, dona de marcas de vendas
milionárias como os chocolates Biss e Sonho de Valsa e das
balas Halls, anunciou ontem que vai fechar duas fábricas
e concentrar sua operação fabril nas unidades de Vitória de
Santo Antão (PE) e Curitiba (PR).
As duas unidades a serem fechadas
ficam no Estado de São Paulo, uma em Piracicaba e outra em Bauru. A
medida vai levar à demissão de 1,4 mil trabalhadores e esta conta
aumenta para 2 mil quando se acrescenta os terceirizados. Com
empregos indiretos serão mais de 3 mil trabalhadores atingidos.
Conforme a empresa as unidades serão
desativadas até dezembro. Segundo o sindicato da categoria, em
Piracicaba, a produção será encerrada em agosto. As demissões
começam no mês que vem e se estenderão até junho. A Mondelez e
sindicatos negociaram um acordo especial de demissão para os
funcionários.
Ao invés de lutar contra as
demissões, os sindicalistas estão aceitando os planos de
fome e miséria dos patrões que so pensam em seus lucros.
Para tentar acalmar a revolta a
empresa multinacional ofereceu migalhas como a manutenção de
benefícios como vale-alimentação, seguro de vida e plano de saúde
por seis meses, além de um bônus de 30% do salário para cada ano
que o funcionário tiver trabalhado na empresa.
A produção de chocolates da Mondelez
passará a ficar concentrada na fábrica de Pernambuco, que também
fará biscoitos. Já Curitiba vai concentrar produtos como balas,
bebidas em pó, sobremesas e cream cheese.
Os sindicalistas – que tem empregos
garantidos – aceitaram as desculpas esfarrapadas da Mondelez de que
as demissões se devem à queda nas vendas no País. Isso quando a
imprensa golpista, os patrões e seu governo anunciam, cinicamente,
que o País está crescendo e que tudo são flores. Para os
tubarões capitalistas também não importa que operários e suas
famílias passaram por enormes dificuldades, depois de lhes
proporcionarem lucros bilionários.
A medida evidencia a crise que eles
buscam esconder e que eles querem descarregar nas costas dos
trabalhadores. Segundo a consultoria Euromonitor, o setor de doces
teve queda de 5% em volume no ano passado, na comparação com 2016.
A área de chocolates, na mesma comparação, caiu 5,9%. A consultoria
prevê que a tendência de baixa para esse tipo de produto deva se
manter pelo menos até 2022. A Mondelez é líder dos setores de
chocolates e doces no Brasil há muitos anos, tendo fechado 2017 com
mais de 30% de participação em ambos os setores, de acordo com a
Euromonitor. No segmento de gomas de mascar, especificamente, o
domínio da multinacional é ainda maior, passando de 80% das vendas
no mercado brasileiro.
No mundo real, nada de crescimento e
prosperidade. Pelo contrário.
Contra as demissões, a saída não é
aceitar s pretextos dos capitalistas e negociar migalhas, mas
mobilizar os operários e ocupar as fábricas. Se a produção
diminui, é preciso dividir as horas necessárias entre todos os
trabalhadores, reduzindo a jornada de trabalho, sem redução dos
salários.
Se os capitalistas não
conseguem manter a exploração de seus escravos, pagar os
salários etc. que os operários assumam o controle da
produção para manter seus empregos e continuar garantindo seu
sustento e de suas famílias.