A Prefeitura de Belo Horizonte
(PBH) vai montar um centro de saúde em mais uma ocupação na
capital. Depois de implantar o serviço na Dandara, no Bairro Céu
Azul, na Pampulha, agora é a vez da Vila Esperança, uma das três
divisões da ocupação Izidora, na região da Mata do Izidoro, no
Bairro Jaqueline, na Região Norte. O prefeito de BH, Alexandre
Kalil (PHS), fez o anúncio ontem, durante visita ao local. Cerca de
1,5 mil famílias devem ser beneficiadas. As obras começam esta
semana.
De acordo com o prefeito, o
centro vai funcionar de forma provisória, em pelo menos 10
contêineres, nos mesmos moldes do que foi feito na Dandara. Lá, a
unidade, inaugurada em dezembro funciona como um anexo ao Centro de
Saúde Trevo e é estruturada com 13 contêineres de 20 metros
quadrados cada. Conta com médicos, enfermeiros, técnicos de
enfermagem e agentes comunitários de saúde, além de serviços de
farmácia. Os profissionais são coordenados por duas equipes da
Estratégia Saúde da Família (ESF).
COLETA DE LIXO Kalil anunciou ainda a
entrega de kits de material escolar para as crianças da Izidora e o
revestimento, também provisório, de ruas da aglomeração, até “onde
for possível entrar com as máquinas”. Os equipamentos já estão
posicionados na entrada da ocupação, na Rua Raimundo Correa, que
faz divisa com o Bairro Londrina, em Santa Luzia, na região
metropolitana. A Superintendência de Limpeza Urbana (SLU) também
vai atuar para a coleta de lixo. “Tudo será feito de forma
provisória até a hora em que a prefeitura puder entrar
definitivamente na ocupação”, disse, referindo-se à ação na
Justiça, da qual o estado ainda é parte, para reintegração de posse
do terreno.
Em março do ano passado, a PBH desistiu de duas ações de
reintegração. Há quase cinco anos, o movimento popular pela
regularização fundiária da ocupação resiste contra a proposta de
despejo dos acampamentos Rosa Leão, Vitória e Esperança, que ficam
na Mata do Isidoro. Desde maio de 2013, o terreno vem recebendo
famílias, que, sob alegação de não terem como pagar aluguel,
montaram barracos no local. Barracos esses que, em vários locais,
já foram substituídos por casas de alvenaria, muitas delas em plena
ampliação. O espaço estava destinado à construção de moradias para
pessoas de baixa renda, do programa Minha casa, minha
vida.