O estabelecimento de uma comissão
mínima para os corretores de seguros tem despertado intensos
debates entre os corretores de seguros. O presidente do Sincor-SE e
diretor da Fenacor, Érico Melo Nery, por exemplo, vem alertando que
esse debate “é muito importante”, uma vez que, diante da
concorrência acirrada entre os corretores, a tendência é mesmo a de
diminuição das margens, principalmente do ramo automóvel. “O
corretor tem que conhecer bem sua operação para que a comissão
utilizada seja suficiente para a manutenção do negócio”, frisa
Érico Melo.
Para ele, uma comissão mínima de
15% teria boa aceitação no mercado e não impactaria muito no custo
do seguro. “Não adianta fixar uma comissão maior do que o segurado
possa desembolsar”, argumenta o presidente do Sincor-SE,
acrescentando ainda que não se pode discutir comissão mínima
esquecendo de que quem paga é o consumidor e de que tal medida tem
que ser “regra de todos os canais de distribuição”.
Já o corretor de seguros Eliseu
Marcos Christo, de Cascavel (PR), assinala que é plenamente
favorável à proposta. Na visão dele, a comissão mínima deve ser de
15%, pois “para fazer um negócio, acabamos abrindo mão de parte da
comissão”.
Eliseu Christo observa ainda que,
nos chats e encontro de corretores, ninguém admite que aceita
oferecer um desconto, “mas, na hora que está negociando, a atitude
é outra”.
Por sua vez, a vice-presidente de
Relações com o Mercado do Sincor-RS e presidente do Clube das
Gurias, Roseli Lustosa de Castro, acentua que a comissão mínima de
15% serve para moralizar o mercado, freando a ação de maus
corretores, que aceita comissionamento de 10% ou até 5% para formar
carteira “pegar” o cliente que é segurado há anos de um colega.
“Esses corretores não têm compromisso com o cliente, não conhecem o
produto direito. E o cliente ainda acha que está sendo lesado pelo
corretor profissional, que tem escritório, toda uma estrutura”,
critica.
Para ela, esse quadro precisa ser
alterado, pois se “deixar liberado, esses corretores estragam o
mercado”.