A saúde dos executivos brasileiros
piorou entre julho de 2014 e julho de 2015. É o que revela um
levantamento produzido pela Omint, que avaliou as condições de
saúde de 1021 profissionais entre média gerência e o alto escalão
de várias das maiores empresas do País.
Desenvolvido e aplicado pelo Núcleo
de Saúde e Prevenção (NUSP) da Omint, o levantamento ranqueou as 15
principais doenças que mais afetam estes profissionais e constatou
que 12 delas registraram aumento na incidência sobre esta
população.
Em 2015, cresceu o percentual de
executivos com excesso de peso, ansiosos, hipertensos, colesterol
alto e com enxaqueca, entre outros males de saúde. Também aumentou
o percentual de executivos com Risco Cardiovascular Aumentado
(RCA), condição em que o paciente apresenta sintoma de duas doenças
crônicas importantes como diabetes, colesterol alto ou hipertensão
arterial: 9% dos executivos apresentam hoje essa condição, enquanto
que no ano passado eram 7%.
Males do
ofício
A rinite é a
principal enfermidade que afeta os executivos no Brasil (32% do
total). Para o diretor médico da Omint responsável pelo
levantamento, Marcos Loreto, o ar condicionado é o principal fator
para o surgimento em escala deste estado de saúde nos
profissionais. “Infelizmente a qualidade do ar nas empresas fica
muito aquém da desejável, o que favorece o aparecimento da doença,
a colocando em primeiro lugar no ranking dos males que mais afetam
os profissionais brasileiros”, afirma o executivo.
Ainda pelos mesmos motivos, o ar
condicionado, aliado aos carpetes, é responsável pela alergia de
pele, que desponta em segundo lugar. “Ficar fechado entre oito ou
dez horas em um ambiente com ar condicionado e carpete produz uma
condição propicia para o surgimento destes problemas”, completa
Loreto.
O excesso de peso, por sua vez,
aparece em terceiro lugar, atingindo 20% dos profissionais. Segundo
o diretor médico, a junção de uma dieta não equilibrada às longas
jornadas de trabalho que limitam a pratica da atividade física
provoca esta situação.
Dor no pescoço e nos ombros e
problemas oftalmológicos complementam os cinco principais problemas
de saúde entre os executivos, com prevalência de 19% e 18,5%,
respectivamente.
Vale destacar ainda que, em sexto
lugar, aparece a ansiedade. Considerada pela psiquiatria como mal
do século 21, a doença atinge 18% dos profissionais avaliados pela
Omint. “As pessoas finalmente estão se dando conta da gravidade
desta doença que afeta significativamente a qualidade de vida, além
de contribuir para o desencadeamento de doenças cardiovasculares”,
ressalta Loreto.
Ranking das
doenças
Hábitos
Neste levantamento, foram avaliados
também os hábitos de vidas não saudáveis destes profissionais.
Enquanto no ano passado 97% indicaram que mantinham alimentação não
equilibrada no dia a dia, agora 92,8% afirmam não serem adeptos de
uma dieta equilibrada.
O sedentarismo, por sua vez,
apresentou uma piora. Se no ano anterior 41,7% se apresentavam
sedentários, hoje o percentual saltou para 45% do total dos
executivos avaliados pelo estudo.
Apesar de a crise econômica trazer
como consequência um cenário mais desafiador no ambiente
corporativo, o percentual de executivos estressados se manteve
estável, assim como de fumantes: 33% e 11%, respectivamente.
Motivação para
mudança
O levantamento da Omint também
buscou detectar profissionais motivados para mudar seu estilo de
vida. O sedentarismo é o fator que mais motiva as pessoas a
mudarem. “Talvez seja a pratica de exercícios seja o mais fácil de
se aplicar na rotina, tendo em vista que uma alimentação
desequilibrada é reflexo direto dela”, conclui Loreto.