O número de beneficiários no
segmento de saúde suplementar pode amargar uma queda no segundo
semestre deste ano após crescer 1% na primeira metade do exercício,
impactado pelo aumento do desemprego, de acordo com o presidente da
Federação Nacional de Saúde Suplementar e da Bradesco Saúde, Marcio
Coriolano. Com mais pessoas procurando emprego, também haverá
impacto, conforme ele, na sinistralidade que tende a apresentar um
aumento momentâneo com mais pessoas fazendo exames e consultas
preventivas. “Com certeza, o crescimento de beneficiários em saúde
no segundo semestre vai decrescer e pode cair. Mas, não esperamos
que o indicador caia muito porque ao mesmo tempo que há evasão de
beneficiários com o desemprego pessoas ainda estão comprando seu
seguro saúde”, afirmou Coriolano.
De acordo com ele, apesar de ser
impactado diretamente pelo aumento do desemprego, o setor de saúde
suplementar é mais resiliente no mercado de seguros, respondendo
por 40% dos cerca de R$ 330 bilhões movimentados. Acrescentou que a
área deixou de ser movida por grandes empresas e passou a crescer
ancorada no segmento de pequena e média empresa que representa um
“mercado pujante”.
O presidente da FenaSaúde ressaltou
também a necessidade de o governo destravar a política de reajuste
de plano individual. Segundo ele, tal mudança é fundamental para
reacender o apetite das seguradoras por este mercado em que
deixaram de atuar em meio à maior regulação por parte do
governo.
Coriolano ponderou, que a situação
da Unimed Paulistana, uma das maiores operadoras de planos de saúde
a quebrar no Brasil, não está relacionada ao cenário atual uma vez
que a empresa já havia sofrido intervenção da Agência Nacional de
Saúde Suplementar (ANS) antes. “Não vejo crise sistêmica no setor”,
avaliou ele.
Recentemente, de acordo com
Coriolano, o setor de saúde complementar enviou ao governo
sugestões para melhorar a situação do setor, que enfrenta aumento
de custos por conta da inflação médica superior a do País,
incluindo o reajuste dos planos individuais, importação de insumos
e outras. “Não vejo alternativa para resolver a questão do setor de
saúde se não o destravamento do reajuste dos planos individuais”,
concluiu ele.