A
rede hospitalar Americana Community Health Systems (SHS) foi alvo
de ataque por hackers chineses, que resultou no roubo de dados de
aproximadamente 4,5 milhões de pacientes. A violação foi reportada
na segunda-feira (18) pela organização.
A instituição informou que os
ciberatacantes conseguiram acessar a rede da operadora de cuidados
graves dos hospitais em abril ou junho deste ano. Os dados roubados
incluem nomes dos pacientes, endereços, números de seguro social,
datas de nascimento e números de telefone, mas não dados de cartão
de crédito ou informações de saúde do paciente, disse a CHS. Esses
registros são de pessoas que foram atendidas ou encaminhadas para
tratamento pela rede ao longo dos últimos cinco
anos.
A CHS opera em 26 hospitais
espalhados por 29 estados nos EUA, e conta com mais de 30 mil
leitos licenciados. Segundo dados financeiros divulgados em 31 de
julho, a organização registrou receita operacional líquida no
segundo trimestre do ano de US$ 4,7 bilhões, aumento de 49,8% sobre
a receita operacional líquida de US$ 3,1 bilhões no mesmo período
em 2013.
Investigação conduzida com apoio da
empresa de cybersegurança Mandiant aponta que a ameaça hacker veio
de um grupo chinês que fez uso de malwares e tecnologias altamente
sofisticados para invadir a rede. Esses hackers conseguiram romper
a segurança da infraestrutura da CHS e, então, utilizaram acessos
ilegais para copiar e transferir os dados dos
pacientes.
Medidas
Depois de ser contratada pela CHS
para investigar a invasão, a Mandiant implementou medidas de
segurança na infraestrutura da rede da organização para “aumentar a
habilidade de inibir, detectar, responder e conter futuros ataques
avançados”, comunicou o diretor geral da empresa de cibersegurança,
Charles Carmakal.
De acordo com a rede hospitalar,
a Mandiant notificou os órgãos americanos sobre a violação. Além
disso, a organização relatou que os suspeitos hackers
apropriaram-se da mesma brecha para roubar propriedades
intelectuais da rede hospitalar, como informações de
desenvolvimento de dispositivos médicos e equipamentos. Além de
remover o malware e implementar esforços adicionais, a CHS
disponibilizou serviços de proteção contra roubos de identidade aos
pacientes afetados.
Cenário
Um estudo divulgado este ano
pela BitSight Technology indicou que a segurança no setor de saúde
não é tão forte como em segmentos como varejo. Já uma pesquisa
conduzida pela InformationWeek EUA, noticiada em maio, mostrou
que a saúde é a indústria que mais leva tempo para responder a uma
falha de segurança, gastando mais de cinco dias para solucionar o
acesso não autorizado aos dados, enquanto o varejo leva em média
quatro dias.
"A principal lição para os CIOs e
CEOs de saúde é que o setor de deve fazer investimentos em
segurança da informação assim como setor bancário e financeiro tem
feito recentemente", avaliou o consultor do departamento de saúde
pública de Los Angeles (EUA), Sascha Schleumer, sobre o caso.