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Brasil supera resto do mundo na redução das mortes por HIV

Fonte: saudebusiness365 Data: 23 julho 2014 Nenhum comentário
Número de falecimentos caiu de 17 mil em 1996 para 10 mil em 2013. Mesmo estudo mostra impacto menor da tuberculose e da malária
Um estudo inédito divulgado na segunda-feira (21) pelo periódico inglês The Lancet indica que as mortes por HIV no Brasil caíram de 17 mil em 1996 para 10 mil em 2013. De acordo com a revista, uma das mais respeitadas publicações científicas na área médica, a ampliação do acesso ao tratamento para HIV/aids tem desempenhado papel importante para salvar vidas.

O estudo destaca que o ritmo de queda nas mortes e infecções vem se ampliando desde o ano 2000, quando os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio foram estabelecidos na tentativa de frear o avanço dessas doenças até 2015. Os números mostram que as mortes provocadas por HIV/aids no Brasil diminuíram a um ritmo de 1,5% entre 2000 e 2013, enquanto as mortes por tuberculose foram reduzidas a uma taxa de 3,7%.

“As mortes por HIV/aids no Brasil caíram de forma mais rápida que a média global, de 2,3% entre 2000 e 2013”, ressaltou o relatório. “As mortes por tuberculose não relacionadas à infecção por HIV caíram de forma mais rápida do que a média global de 4,5% entre 2000 e 2013”, completou.

A pesquisa cita o Brasil como um país de vanguarda na luta global para garantir acesso a medicamentos antirretrovirais, mas destaca que é preciso fazer mais para salvar as 10 mil vidas perdidas para o HIV todos os anos, desde os anos 90.

A estimativa é que, em 2013, foram registrados 92 casos de tuberculose para cada 100 mil habitantes, enquanto os casos de HIV/aids anotados no mesmo período foram de 12 novas infecções para cada 100 mil habitantes – a maioria homens.

Ainda em 2013, foram contabilizadas 7.912 mortes por HIV/aids em homens ante 2.305 em mulheres. As mortes por tuberculose e os novos casos da doença se concentram em pessoas do sexo masculino, com 4.184 mortes em homens e 1.604 em mulheres.

“Os pesquisadores descobriram que a expansão de intervenções para combater o HIV/aids – como a terapia antirretroviral, os programas para prevenir a transmissão entre mãe e filho e a promoção do uso do preservativo – ajudaram a reduzir os anos de vida perdidos para a doença”.

Mundo
Menos pessoas estão morrendo em razão de doenças como aids, tuberculose e malária. De acordo com a revista, o ritmo de queda nas mortes e infecções vem se ampliando desde o ano 2000, quando os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio foram estabelecidos na tentativa de frear o avanço dessas doenças até 2015.

Os números mostram que as novas infecções por HIV/aids caíram praticamente para um terço desde o início da epidemia de aids no mundo, enquanto as mortes por tuberculose diminuíram 1,4% ao ano desde 2000. As mortes provocadas pela malária em crianças que vivem na África Subsaariana caíram 31,5% na última década.

O estudo aponta que intervenções em relação ao HIV – incluindo a terapia antirretroviral, a prevenção da transmissão vertical (da mãe para o bebê durante a gravidez ou no parto) e a profilaxia pós-exposição (uso de medicamentos por pessoas que podem ter entrado em contato recente com o vírus) – têm demonstrado resultados positivos.

“O HIV se mostra cada vez mais como uma doença com a qual as pessoas vivem do que uma doença pela qual as pessoas morrem”, destacou o documento. A publicação indica que os avanços possibilitaram um ganho de 20 milhões de anos na expectativa de vida de pessoas soropositivas em todo o mundo – 70% em países em desenvolvimento, como o Brasil.

Os números indicam que 14% desses anos de vida ganhos são entre crianças menores de 15 anos, 50% entre pessoas de 15 a 45 anos e 36% entre pessoas com 50 anos ou mais. “Mas, apesar do progresso considerável, é preciso fazer mais para reduzir as mortes e infecções que estão por vir”, alertou o estudo.

O estudo Global, regional, and national incidence and mortality for HIV, tuberculosis, and malaria during 1990–2013: a systematic analysis for the Global Burden of Disease Study 2013 foi conduzido por um consórcio de pesquisadores liderado pelo Instituto de Metrologia e Avaliação da Saúde da Universidade de Washington.

Os resultados foram divulgados na Conferência Internacional sobre Aids em Melbourne, que contou com a participação de autoridades como o diretor executivo do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV e Aids, Michel Sidibé, e o diretor executivo do Fundo Global de Luta contra a Aids, Tuberculose e Malária, Mark Dybul.
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