Corretores estimam que tabela
Fipe e aumento do preço das peças automobilísticas influenciaram
nos preços
Quem paga seguro automobilístico
deve ter se assustado com o aumento do valor quando precisou fazer
a renovação nos últimos meses. Corretoras da Capital estimam que o
aumento seja de até 50%. Entre as causas, estão desde a variação da
tabela Fipe até a inflação no preço das peças para automóveis.
O corretor Rodrigo Correa da Costa,
40, explica que com as correções da tabela Fipe (Fundação Instituto
de Pesquisas Econômicas), o preço dos carros usados e seminovos
subiram consideravelmente, o que influencia no cálculo usado de
base pelas corretoras.
“Seguro sobe normalmente de um ano
para o outro, mas esse ano teve uma questão do aumento da tabela
Fipe, que toda seguradora se baseia. Carro popular não tem mais
nada abaixo de R$ 70 mil, não é mais popular. Então, se o preço do
carro aumenta, do seguro também”, apontou.
O índice é uma média nacional que
aponta os preços de carros, caminhões e motocicletas, sejam novos,
usados ou seminovos. “O preço do seguro varia de acordo com o
perfil da pessoa e do carro e o cliente pode escolher se quer uma
cobertura baixa, mas tem seguro que aumentou até R$ 4 mil, de uma
caminhonete por exemplo, é muito relativo.
Correa viu o impacto do reajuste em
seus clientes, alguns não renovaram a apólice e outros que
costumavam pagar à vista, preferiram o parcelamento. “Mas o
importante é não deixar de fazer o seguro. Eu sempre falo que você
não sai de casa pensando que vai bater o carro, sai de casa para ir
trabalhar, para passear, infelizmente o acidente acaba sendo uma
situação de uma mínima desatenção”, ressalta.
O proprietário da outra corretora,
Rudynei Silvestri, 48, aponta que as variações dos seguros
automobilísticos foram de 15% entre carros populares e pelo menos
50% em caminhonetes. Também argumenta que o mercado de peças
automotivas foi um fator considerável para o reajuste dos valores
dos seguros.
“O preço das peças subiu 50% no
mínimo, isso está encarecendo. O custo médio de um reparo do
veículo aumentou 40% no último ano. O valor do carro hoje subiu e
com a peça tende a subir proporcionalmente, mas esse ano subiu
acima do normal”, relatou.
Ele não sentiu perda de clientes,
mas avaliou que alguns pediram para reduzir as coberturas. “As
corretoras acompanham o mercado, a seguradora não consegue absorver
a antecipação, ela tem que repassar pro cliente”, disse.