Pelo segundo ano seguido, os
motoristas ficarão isentos de pagar o Seguro Obrigatório de Danos
Pessoais Causados por Veículos (DPVAT). A medida foi aprovada no
último dia 17 pelo Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP),
órgão vinculado ao Ministério da Economia.
Segundo o CNSP, a isenção pôde ser
concedida porque existe um excedente de recursos no FDPVAT, fundo
da Caixa Econômica Federal que administra os recursos do DPVAT,
para cobrir os prejuízos com acidentes de trânsito.
Ao ser constituído, em fevereiro de
2021, o FDPVAT recebeu R$ 4,3 bilhões do consórcio de seguradoras
que formavam a Seguradora Líder para o fundo. Desde então, o
dinheiro vem sendo consumido com o pagamento das indenizações.
“O CNSP tem efetuado reduções
anuais sistemáticas no valor do prêmio como forma de retornar, para
os proprietários de veículos, estes recursos excedentes, já tendo,
inclusive, estabelecido valor igual a zero, para todas as
categorias tarifárias, para o ano de 2021. Tal decisão promove a
devolução à sociedade dos excedentes acumulados ao longo dos anos.
Sem nova arrecadação, a tendência é que esses recursos sejam
consumidos com o pagamento das indenizações por acidentes de
trânsito ao longo do tempo”, informou o órgão.
O CNSP atendeu a pedido da
Superintendência de Seguros Privados (Susep). O excedente foi
formado com os prêmios pagos pelos próprios proprietários de
veículos ao longo dos anos. Apesar de ajudar os motoristas, a
medida afeta o Sistema Único de Saúde (SUS), que recebia 45% da
arrecadação anual do DPVAT.
A isenção vale para todas as
categorias. Caso a cobrança fosse mantida, os motoristas teriam de
pagar de R$ 10 a R$ 600 para custear as coberturas do seguro
obrigatório. As tarifas variam conforme o tipo de veículo e a
região do país.