Segmentos avançam no ano, mas
ritmo de recuperação é desigual
A nova edição
da Conjuntura
CNseg (nº 58), publicação da Confederação Nacional das
Seguradoras – CNseg, apresenta um balanço da economia neste ano,
suas perspectivas para 2022 e examina o comportamento do setor
segurador nesse contexto, com os impactos desiguais nos segmentos
de Danos e Responsabilidades, Previdência e Vida, Saúde Suplementar
e Capitalização.
O capítulo sobre conjuntura
econômica analisa “uma recuperação apenas parcial do forte choque
da pandemia da Covid-19” neste ano. Destaca que a recuperação em
“V”, alimentada pelos efeitos do Auxílio Emergencial, sobretudo no
ano passado, começa a se dissipar agora, afetada pela inflação
elevada, câmbio permanentemente desvalorizado e indicadores de
atividade com baixo crescimento ou viés negativo nos últimos
meses.
De acordo com a análise, nesse
quadro, são grandes as chances de o PIB no terceiro trimestre do
ano apresentar retração e, portanto, consolidar a chamada recessão
técnica (ou seja, dois trimestres de queda seguidos).
Apesar do sucesso da campanha de
vacinação e de sua contribuição para a reabertura econômica e a
retomada do setor de serviços, a recuperação ainda incipiente dos
indicadores de trabalho e a alta da inflação comprometem a renda da
população, diminuindo a capacidade de crescimento do consumo,
destaca a Conjuntura CNseg.
Em resposta ao quadro
macroeconômico, cada segmento do setor de seguros teve um
comportamento próprio, informa a publicação. O segmento dos seguros
de Danos e Responsabilidades cresceu 14,3% em setembro (R$ 7,8
bilhões) quando comparado com o mesmo mês de 2020. No acumulado do
ano, o crescimento é de 15,1% sobre os nove primeiros meses de
2020, totalizando um volume de R$ 65,9 bilhões em prêmios. Sob a
ótica de 12 meses móveis, o crescimento deste segmento mostra
estabilidade, com avanço de 14,2%, após tendência de alta
registrada até o mês de agosto.
Já o segmento Cobertura de Pessoas,
em setembro, gerou o montante de R$ 15,6 bilhões em prêmios de
seguros e contribuições nos planos de previdência. No acumulado do
ano, o volume de R$ 140,5 bilhões é 13,8% maior do que o volume
arrecadado no mesmo período de 2020. Os Planos de Risco
arrecadaram, em setembro, R$ 4,4 bilhões em prêmios, avanço de 3,6%
sobre o mesmo mês do ano anterior e, no acumulado do ano, o total
de R$ 37,8 bilhões é 13,7% maior do que o mesmo período no ano
anterior.
Nos Planos de Acumulação, que são
responsáveis pela maior parte (71%) da arrecadação do segmento de
Cobertura de Pessoas, foram quase R$ 11 bilhões em contribuições em
setembro, aumento de 1% sobre o mesmo mês do ano anterior. No
acumulado do ano, as contribuições ultrapassam R$ 100 bilhões,
valor 14,2% maior do que o mesmo período de 2020, indicando que
pode estar ocorrendo um movimento de maior conscientização sobre a
importância de se estar preparado financeiramente para o
futuro.
Na Capitalização, houve uma redução
de 5,5% no seu faturamento líquido em setembro, em relação ao mesmo
mês de 2020. No acumulado do ano, o volume de faturamento é de R$
18 bilhões, uma evolução de 5,6% sobre 2020, mantendo ainda um
resultado positivo para agregado no ano.
Em Saúde Suplementar, os planos de
assistência médica tiveram crescimento de 3,3% no número de
segurados em relação a setembro de 2020, atingindo 48,5 milhões de
usuários. Desse total, 39,6 milhões de beneficiários são oriundos
dos planos coletivos, responsáveis pela maior parte (81%) do total
de beneficiários de planos de assistência médica. Na comparação
interanual, em setembro, o número de beneficiários de planos
coletivos cresceu 4,4%, com a entrada de 1,6 milhão de pessoas. Nos
planos individual e familiar houve retração de 1,2%, traduzindo-se
na saída de 106 mil pessoas dos referidos planos, na mesma
comparação interanual. Nos planos exclusivamente odontológicos, a
assistência alcançou mais de 28,7 milhões de pessoas, um avanço de
9,9% sobre setembro de 2020, e os planos coletivos, mais uma vez,
representam a maior parte dos beneficiários (82%).