Sistema de Seguros Aberto?vai permitir que clientes compartilhem
dados com outras seguradoras; primeira fase deve ser implementada
em dezembro
Seguros de carro, vida ou saúde mais baratos e customizados, com o
cliente no centro das atenções e com poder de decisão sobre seus
dados. Na esteira da inovação do Open Banking, o setor de seguros
também está preparando um ecossistema próprio de compartilhamento
de dados, o chamado Open Insurance.
O
Sistema de Seguros Aberto e o Sistema Bancário Aberto fazem parte
de um conceito mais amplo de Open Finance, que vai?incluir também o
Open Investments (o cliente poderá compartilhar dados do segmento
de investimentos para obter melhores produtos e serviços).
O
Open Insurance?deve ser?implementado em fases, assim como o Open
Banking. A primeira?delas, a partir de 15 de dezembro deste ano,
contemplará o compartilhamento de dados públicos das empresas
referentes a produtos e canais de atendimento. Na segunda fase,
prevista para começar em 1º de setembro de 2022, os clientes
poderão compartilhar seus dados pessoais. Já a terceira fase, que
prevê a execução de serviços por meio do ecossistema, terá início
em 1º de dezembro de 2022.
As
grandes empresas de seguros são obrigadas a participar e?a?abrir os
dados que possuem, caso seu cliente autorize o compartilhamento de
suas informações. As novas empresas do setor, como as insurtechs
(empresas digitais de seguros), participam se quiserem. Mas, uma
vez dentro do Open Insurance, também terão de compartilhar os
dados.
“Por
meio de uma autorização digital,?um segurado pode dar um
consentimento à seguradora para trocar dados com outra entidade.
Isso é muito interessante porque ele não terá de preencher
novamente um conjunto de formulários das seguradoras. Isso traz uma
disrupção no mercado. Será muito mais fácil para a seguradora fazer
a precificação dos seus seguros já que ela é feita em função dos
riscos e dos dados que o cliente compartilha. A seguradora terá
mais precisão para enviar uma oferta”, explica Nuno Vieira, líder
de consultoria em Seguros da EY.
Vantagens
Algumas das vantagens são a agregação de serviços ligados ao Open
Finance, facilidade na cotação e?contratação de serviços de seguro,
portabilidade de dados e comunicação mais ágil no aviso de
sinistro. Os produtos, serviços, informações e funcionalidades de
uma seguradora ficam disponíveis para as demais e vice-versa.
Com
acesso ao histórico de contratações do cliente, uma seguradora
poderá sugerir, por exemplo, que ele faça um seguro apenas de parte
do valor de sua casa ou tenha uma apólice mensal e não anual de seu
veículo. Se for um seguro-viagem, o cliente pode contratar?duas
seguradoras, uma que seja responsável por sua saúde e outra que
cuide de sua bagagem.
Iniciadoras de
serviços
Assim como ocorre no Open Banking com os iniciadores de pagamento,
o Open Insurance terá as Sociedades Iniciadoras de Serviço de
Seguro (SISS). Essas empresas serão credenciadas pela Susep
(Superintendência de Seguros Privados), responsável por
regulamentar esse ecossistema. Elas poderão oferecer soluções
diversas para os clientes, que vão desde serviço de agregação de
dados, painéis de informação e controle (dashboards) até a execução
de serviços, caso o consumidor consinta, com segurança e
privacidade.
“As
SISS são um componente fundamental do Open Insurance que, em
conjunto com os demais integrantes do mercado de seguros, trarão
mais inovação e eficiência para o setor a partir das novas soluções
de tecnologia e de uso de dados compartilhados que serão
responsáveis pelo surgimento de novos serviços e produtos que
melhor se adequem às necessidades dos consumidores”, afirmou o
diretor da Susep Vinícius Brandi em recente entrevista.
Os
corretores e corretoras de seguros também poderão fazer parcerias
comerciais com as SISS, voltadas para proporcionar ganhos de
eficiência e agilidade, tanto na contratação das operações como no
atendimento às demandas do consumidor ao longo de todo o ciclo de
vida dos produtos. Além disso, podem se transformar em iniciadoras,
na medida em que atendam aos requisitos de capital e segurança
cibernética, entre outros, estabelecidos na resolução.