O
presidente da Confederação Nacional das Seguradoras (CNSeg), Marcio
Coriolano, participou da Maratona da inovação em Seguros,
organizado pelo JRS. Ele traçou um panorama do papel do
seguro na atual conjuntura. “O momento atual despertou a aversão ao
risco e comprovou a utilidade do seguro para amparar pessoas,
grandes corporações e servir para desonerar os governos do seu
papel de financiar pessoas e coisas”, explicou.
O
presidente da CNSeg não acredita que exista desconhecimento do
seguro. Para ele, o que existe no Brasil é a restrição de renda. “A
sociedade tem gastos que não podem ser comprimidos, mas ainda
assim, nos últimos 10 anos o seguro aumentou de patamar crescendo
acima do PIB”, disse.
Ele
apontou modalidades que passaram a ter um bom desempenho mesmo
durante a pandemia. “Sabemos que muitas empresas oferecem seguro a
seus funcionários e, agora, parece que mais empresas estão
procurando contratar seguro para seus funcionários”,
destacou.
Outro segmento que ganhou destaque é o seguro de vida porque as
pessoas querem se proteger das consequências do coronavírus não só
pela morte, mas por invalidez.
Coriolano ressaltou ainda o bom desempenho do seguro transporte.
“Parece contraditório, mas não é porque as pessoas não puderam se
locomover, mas o transporte de cargas não parou”, disse.
O
dirigente apontou ainda o crescimento dos segmentos de
responsabilidade civil, seguro rural, seguro habitacional/poupança
precaucional e o seguro residencial.
O
executivo lembrou que a residência passou a ser o local de trabalho
de muitas pessoas. “Estabelecimentos comerciais também buscaram
fazer seguro. Parece contraditório porque estavam fechados ou
funcionando com rentabilidade menor. O empreendedor precisa cuidar
daquele bem porque sabe que pode acontecer incêndio, roubo, entre
coisas que o seguro pode proteger”, explanou.
Sobre as alterações regulatórias, Coriolano disse ser cedo para
saber o efeito da flexibilização das normas no mercado. “É preciso
ver se haverá apenas a flexibilização permite a redução efetiva de
custo. É preciso ver que outras flexibilizações podem acontecer
para atingir pessoas que não tenham capacidade de renda suficiente.
Nossa restrição não é de vontade, é de possibilidade de comprar
seguros”, enfatizou.
Coriolano lembrou que no fim de 2019, todos estavam animados depois
de mais uma crise econômica, mas ninguém contava com a pandemia.
“Tivemos uma queda muito abrupta, uma queda vertiginosa em março e
abril, com crescimento a partir de junho”, disse.
Para
ele, a inovação não está ligada apenas ao processo
tecnológico. “Ela pode estar ligada a modelos mentais, por
exemplo, e a Susep está observando isso”, disse.
Ele
destacou também o open insurance e disse ter uma visão positiva,
mas defendeu que sejam feitos testes e pediu cautela para que não
haja frustração. “O open insurance tem tudo a ver com inovação
perpassando segmentos que envolvem Susep, consumidores de seguro,
mas não é a vontade do reformador que faz as coisas acontecerem”,
ressaltou.
Coriolano disse também que a crise do coronavírus é a crise de
mobilidade já que muitas pessoas não puderam se locomover para
trabalhar ou comprar coisas e é disso que adveio a crise. “O setor
segurador começou a se recuperar por dois motivos: todo mundo
apavorado com os riscos, não é só a doença que chamou atenção para
outros riscos e isso levou as pessoas a procurar proteção”,
analisou.
A
Maratona da Inovação vai continuar até sexta-feira e a transmissão
acontece no canal do JRS no Youtube.