O Estadão conta
que A Associação Nacional dos Hospitais Privados (Anahp) e outras
entidades de instituições de Saúde e laboratórios afirmaram ao
presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Conselho Nacional
de Justiça, Dias Toffoli, que requisições de governos e decisões da
Justiça do Trabalho estão contribuindo para esgotar seus
equipamentos e insumos. Pedem que o ministro adote medida para
requisições administrativas de seus itens só sejam feitas após não
haver outra saída para a Administração Pública.
As entidades ainda pedem a Toffoli
que adote medidas para que a Justiça do Trabalho passe a evitar
decisões judiciais que destinem equipamentos de prevenção ao
contágio do coronavírus a profissionais que não estão na linha de
frente da Saúde.
A requisição administrativa é uma
medida prevista em lei para que o Poder Público se aproprie de bem
privado em situações de urgência. Usualmente, se houver dano, o
Estado deve indenizar o alvo da medida. Governos têm adotado esse
tipo de solução para pedir a entes privados equipamentos na área da
Saúde, com o fim de destiná-los a hospitais públicos e agentes do
SUS.
Os pedidos foram feitos durante
videoconferência liderada pela Anahp com o ministro. “O objetivo
foi solicitar uma intervenção imediata do STF para evitar os abusos
de autoridade na requisição de materiais essenciais para a
assistência à saúde, para evitar que por falta de equipamentos de
proteção individual profissionais sejam contaminados e afastados do
trabalho e o atendimento a pacientes seja impactado por falta de
equipamentos, de insumos hospitalares e de ventilação e
monitoramento”, afirma a entidade, que representa 122 hospitais
privados.
O presidente da entidade, Eduardo
Amaro, destacou que o setor sofre com a incerteza sobre o
fornecimento destes materiais, necessários para a continuidade da
prestação de serviços durante s pandemia de Covid-19.
“As dificuldades de suprimento do
setor hospitalar são grandes. Por exemplo, são necessários EPIs
para proteger as pessoas que estão na assistência . Acredito que,
com essa reunião, compartilhamos um pouco dessa experiência para
que as eventuais requisições sejam feitas dentro de uma visão
sistêmica, balizamento adequado e de forma fundamentada e menos
gravosa possível”, afirma.
As entidades também reclamam, em
ofício ao presidente do STF, de decisões da Justiça do
Trabalho.
“Mesmo com a demanda cada vez maior
por EPI’s (e com a oferta cada vez mais comprometida), também nos
deparamos com decisões proferidas pelo Judiciário Trabalhista, em
sede de ações coletivas, em que é determinado ao estabelecimento
hospitalar que forneça tais materiais e equipamentos a outros
profissionais que não os de saúde, e que sequer militam diretamente
com os enfermos, tais como agentes de portaria, porteiro, segurança
ou cargos correlatos, em prazos mínimos (24 ou 48 horas), sob pena
de vultosas multas”, afirmam.