A criação do Código de Defesa do
Consumidor (CDC), há 27 anos, foi importante passo para que o
brasileiro pudesse se pautar por regras de direitos e deveres nas
relações comerciais, com reflexo em todos os segmentos da
sociedade.
Consumidores e empresas passaram a ter
relações mais transparentes. O resultado foi a criação de canais de
comunicação direta que exigem, de todas as empresas, permanente
atualização e investimentos em tecnologia da informação.
O mercado segurador, que tem a função
de proteger os bens patrimoniais e o mais valioso de todos eles,
que é a vida, se adaptou rapidamente ao CDC. Com isso, tem sido
permanente a atualização de produtos, serviços e benefícios, muitos
deles criados por sugestões dos próprios consumidores, em
atendimento às suas necessidades presentes.
Há motivos de sobra para comemorar
essa caminhada, que nunca termina, mas que se aperfeiçoa. A maior
conquista, porém, é a consciência do brasileiro quanto à proteção
de seus bens. O CDC teve, nesse cenário, importante contribuição ao
impulsionar a busca do consumidor por garantias reais em casos de
riscos, que poderiam comprometer o investimento, seja num carro,
numa casa, ou até mesmo na perda de bagagem em viagem de lazer ou
de negócios.
Nesse contexto, tem tido um papel
estratégico a Secretaria Nacional do Consumidor, do Ministério da
Justiça, criada em 2012. A Senacon veio fortalecer a atuação dos
Procons, órgãos que, historicamente, foram determinantes nesse
processo cultural de aprimoramento dos consumidores-cidadãos,
contribuindo para que zelem pelo retorno devido daquilo que
investiram.
Hoje, o brasileiro está mais
consciente da importância do seguro em sua vida, tanto para a saúde
como para a previdência privada, que vai garantir sua renda futura,
sem falar na proteção dos bens patrimoniais que alimentam boa parte
de seus sonhos e que também constituem legado para gerações
futuras.
Foi-se o tempo em que muitos diziam
que seriam capazes de entender de tudo, menos de uma apólice de
seguro. Hoje, ainda que em sintonia com as regras estipuladas pela
Superintendência de Seguros Privados (Susep), as apólices são
claras e objetivas. A Susep, órgão federal que exerce papel de
regulador do mercado segurador, é a responsável pela normatização
do formato das apólices. O órgão também abriu seus canais de
comunicação para críticas e sugestões.
A área de saúde suplementar deu um
passo enorme recentemente, com a medida da ANS permitindo a
contratação por meios eletrônicos. Isso certamente barateará os
custos de manuseios, uma vez que se terá tudo arquivado
eletronicamente, facilitando a própria fiscalização do mercado.
Empresas pioneiras do mercado
segurador têm hoje uma visão única do cliente oferecendo a ele
produtos, serviços, benefícios e vantagens de carteiras multilinhas
com a cobertura dos mais variados riscos. Dentro das regras do CDC,
tais produtos e serviços garantem a proteção necessária para que o
consumidor invista cada vez mais nos seus sonhos e naqueles que
constituem seu legado de vida.
O consumidor, razão de ser das empresas, tanto as do mercado
segurador como as dos demais setores da economia, passou, assim, a
exercer com maior potência papel de protagonismo nas relações.
Trata-se de desafio diário e permanente, que implica melhorar a
qualidade dos serviços prestados, manter elevado padrão de
atendimento e gerar valor para os públicos de interesse.
Eugenio Velasques é Diretor do
Grupo Bradesco Seguros.