O Tribunal de Contas da União concluiu
que a Agência Nacional de Saúde Suplementar não tem mecanismos
eficientes para evitar aumentos abusivos nas mensalidades dos
planos de saúde.
Desde a criação da Agência reguladora,
no ano 2000, até 2017, as mensalidades dos planos de saúde foram
reajustadas em 40% acima da inflação medida pelo IPCA no mesmo
período. No ano passado, os planos foram reajustados em 13%,
enquanto a inflação foi de cerca de 3%.
O TCU determinou que a ANS realize, em
um prazo de 120 dias, um plano para implementar mudanças que inibam
reajustes abusivos.
A ANS informou que ainda não foi
notificada da decisão do Tribunal de Contas. A Agência calcula que
existam no país 47 milhões de pessoas com planos de saúde. O setor
movimenta aproximadamente R$ 161 bilhões ao ano.
Para contornar os sucessivos aumentos
acima da inflação, usuários de planos de saúde têm recorrido a
Justiça. Segundo levantamento do Idec, o Instituto de Defesa do
Consumidor, 75% dos reajustes que vão parar na Justiça são
considerados abusivos.
Ou seja, de cada 4 pessoas que entram
na Justiça contra os reajustes, 3 conseguem suspender os aumentos.
A pesquisa avaliou decisões de 11 tribunais do país entre 2013 e
2017.
O Instituto de Defesa do Consumidor
recomenda aos usuários que solicitem às empresas informações sobre
os motivos do reajuste. Se não houver respostas ou se as repostas
forem vagas, o usuário deve procurar a justiça comum ou os juizados
especiais.