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Entrevista: Há 36 anos na rede pública, médico Osvaldo Mendes teme que novo PS não resolva problemas do setor

Fonte: MidiaNews Data: 05 fevereiro 2018 Nenhum comentário

Não é de hoje que a situação do Pronto-Socorro causa revolta e desespero na população que necessita de atendimento público de urgência e emergência em Cuiabá. E com o passar dos anos, o problema vem se agravando, com o caos tomando conta dos corredores da unidade médica por conta da superlotação.

 

A esperança em que a população se agarra agora é a inaguração do novo Pronto-Socorro, prevista para este ano.

 

O cirurgião pediátrico Osvaldo Mendes, que já foi por duas vezes diretor da unidade de saúde e atua na saúde pública de Cuiabá há 36 anos, teme que após a inauguração do novo Pronto-Socorro, fechem-se as portas do antigo. 

 

"Nós estamos falando muito da inauguração desse novo Pronto-Socorro, que deverá ter precisamente 300 leitos. O atual, sem contar as macas, tem 315 leitos. Agora, se você ativar o novo e desativar o antigo, vai acontecer somente uma transferência de maca", afirmou.

 

Mendes ainda faz um relato dramático de que quem vivencia o dia a dia do maior hospital público de Cuiabá, com pacientes nos corredores à espera de atendimento. "É um amontoado de gente, uma condição desumana. Se você for lá, é um inferno", lamenta.

 

Leia os principais trecho da entrevista: 

 

MidiaNews – O senhor atua há 36 anos na saúde pública de Cuiabá. Os problemas continuam os mesmos, diminuíram ou agravaram neste período?

 

Osvaldo Mendes – Eu entendo que estão se agravando. Porque, na verdade, a saúde pública não está piorando unicamente em Mato Grosso, mas em todo Brasil, como vocês sabem e é de conhecimento de todo mundo. Mas está agonizando agora porque, com essa questão dos hospitais privados [filantrópicos] - cujos serviços são comprados pelos governos federal, estadual e municipal - com esse problema de informação e contrainformação, isso vai se agravando. Só para você ter uma ideia: a gente está correndo risco de perder, neste exato momento,100 leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) em Mato Grosso. Isso vai prejudicar bastante. Eu estou falando só da compra, do Hospital Geral, Santa Helena, Hospital Metropolitano... Então, só com isso, você já viu a queda que iria ter. Isso vai repercutir bastante na questão da assistência.

 

E algumas outras coisas. Por exemplo: nós estamos falando muito da inauguração desse novo Pronto-Socorro, que deverá ter precisamente 300 leitos. O Pronto-Socorro atual, sem contar as macas, tem 315 leitos. Agora, se você ativar esse novo Pronto-Socorro e desativar o antigo, vai acontecer somente uma transferência de maca. Porque tem que haver um hospital com leito de retaguarda para os pacientes crônicos e as urgências que estão esperando cirurgia, que podem ficar nesse Pronto-Socorro antigo. Se não for assim, vamos ter somente transferência de maca.

 

MidiaNews – Então o senhor acredita que se os dois prontos-socorros ficarem abertos, toda a demanda será atendida?

 

Osvaldo Mendes – Sim. Resolve inclusive o problema da dignidade da população, porque ela terá leito e não maca. Porque nós teremos um aditivo de leitos. Então quer dizer: 300 leitos do Pronto-Socorro novo mais 315 do antigo dá 615 leitos. Assim os pacientes que estão aguardando - que são de urgência e não emergência - vão ficar pelo menos com dignidade, terão um tratamento mais digno. Agora a questão que tem que ser resolvida é a dos hospitais cujos serviços são comprados [pelo poder público]. E eu tenho uma série de informações de que houve acordo com o secretário estadual anterior [João Batista Pereira da Silva] e que houve umas contrainformações que não estão batendo. Tipo: “Olha, eu vou te pagar com 30 dias”. E esses 30 dias passaram para 90. A gente entende a conjuntura do Estado. Isso não é só o Governo, a Prefeitura está envolvida nisso. Então ninguém aguenta um atraso de 90 dias ou mais. Porém foi proposto que seria pago em 30 dias pelo secretário anterior.

 

MidiaNews – Esse problema com os hospitais filantrópicos, que chegaram a suspender alguns serviços recentemente por falta de recursos, está afetando o Pronto-Socorro?

 

Alair Ribeiro/MidiaNews

Osvaldo Mendes

''Nós não temos hospitais públicos que dêem suporte a essa demanda''

Osvaldo Mendes – Com certeza! Nós não temos hospitais públicos que dêem suporte a essa demanda. Óbvio que os hospitais cujos serviços são comprados pelo poder público são de fundamental importância. E nesse momento o Estado não pode prescindir destas unidades.

 

MidiaNews – O senhor pode fazer um diagnóstico do Pronto-Socorro de Cuiabá atualmente?

 

Osvaldo Mendes – A gente vive um momento muito ruim, realmente piorou muito. Porque a gente tem uma carência. Além do espaço físico, que é inadequado, temos uma carência absurda de insumos básicos. E eu vou citar um exemplo, que é a gaze, que é coisa básica. Há dias em que não tem. Há dias em que a gente pergunta qual o antibiótico do dia. Então é uma carência, sim! E não adianta apontar culpados. Eu acho que se há um desacordo entre a União, o Governo e a Prefeitura, há de se sentar numa mesa e colocar isso muito claro, porque quem está sofrendo, em última instância, é a população.

 

MidiaNews – É um tratamento que o senhor considera desumano?

 

Osvaldo Mendes – Muito [desumano]! Eu acho que não há ninguém neste mundo que queira que qualquer familiar ou qualquer parente ou amigo fique internado num hospital, dentro de uma maca. Isso induz a erro, porque não tem nem como o profissional trabalhar num paciente que está em maca. Obviamente isso induz a erro. 

 

MidiaNews – No ano passado, o prefeito Emanuel Pinheiro anunciou uma medida bastante polêmica, que era mandar de volta para seus Municípios os pacientes que não são de emergência. O que mudou depois daquela medida?

 

Osvaldo Mendes – Não mudou nada. Ele jogou para a plateia. O cidadão brasileiro paga imposto em qualquer lugar em que esteja, seja Cotriguaçu ou Cuiabá. Ele tem o direito constitucional de ser atendido em qualquer lugar desse País. O SUS [Sistema Único de Saúde] é universal. Na verdade, ele não pode fazer isso, transferir um paciente à revelia. O que tem que fazer é aquilo que sempre falei: criar leitos de retaguarda. Esses pacientes que estão esperando uma cirurgia, ou que estão cronificados, têm que ter um leito para que aguardem uma cirurgia ou tratamento melhor. E esses tratamentos são dados efetivamente nos hospitais filantrópicos. E esses hospitais são essenciais para que a rede funcione.

 

E isso não vai acontecer muito porque Cuiabá é uma Capital, e na Capital é onde se concentram os grandes especialistas. Você não vai encontrar um neurocirurgião em Cotriguaçu, por exemplo. E mesmo que você encontre, ele não vai fazer absolutamente nada, porque o profissional precisa de condições de trabalho para exercer a função. E a Capital é o centro das especialidades, e é para cá que o paciente virá sempre. Isso não vai desaparecer nunca.

 

MidiaNews – O senhor pode fazer uma comparação do que tem sido o Pronto-Socorro na administração Emanuel Pinheiro com as outras administrações? O que melhorou e o que piorou?

 

Osvaldo Mendes – Não, efetivamente não melhorou. O que melhorou muito atualmente - e isso é um avanço inquestionável - é essa questão dos hospitais regionais. Porque, com os hospitais regionais funcionando, apareceram algumas especialidades que não existiam no interior. Por exemplo, Colíder, que tem um hospital com UTI pediátrica e de adulto. Então isso diminuiu bastante o fluxo nessas especialidades em Cuiabá, ou desses pacientes que necessitavam desse serviço. Aí temos também o hospital de Cáceres, Alta Floresta... Mas a piora foi em termos de investimentos e estrutura. Piorou muito. E a gente tem que ver que a saúde depende muito do ambiente. Por exemplo, a violência. Como aumentaram os acidentes de trânsito, como a população está envelhecendo e tendo doenças que não são previsíveis, aumentou bastante essa clientela. Além, é claro, de uma conjuntura econômica ruim, em que as pessoas estão abandonando os planos de saúde e indo para o serviço público.

 

MidiaNews – O senhor poderia falar mais sobre a falta de insumos no Pronto-Socorro. Qual a pior situação vivida lá dentro hoje?

 

Osvaldo Mendes – Muitas vezes acontece, de, por exemplo, um paciente que tem um cálculo na vesícula e necessita ser operado. Ele pode ter uma inflamação e precisa dessa cirurgia. E para isso você tem que tratar clinicamente, para depois encaminhar para fazer a cirurgia. Então esse paciente fica lá, porque surge dificuldade para a transferência. E piorou bastante agora com o problema dos hospitais cujos serviços são comprados. Em função disso, ocupa-se uma maca, não é nem leito. Então é um amontoado de gente, é uma condição desumana. E isso piorou muito dentro do Pronto-Socorro. Isso piorou muito. Se você for lá, é um inferno. E agora eu, que já fui diretor do Pronto-Socorro, nunca na minha vida proibi a entrada de qualquer profissional [de imprensa] para ver essa realidade. Não adianta esconder. É uma realidade nua e crua. Se vocês tiverem contato com qualquer pessoa que esteja lá, vocês vão ver a desumanidade que é ter um paciente, muitas vezes idoso, em cima de uma maca. E não há a menor chance hoje de não ter maca. Não adianta inventar a roda. E esse Pronto-Socorro novo não vai resolver o problema se desativarem o velho. Porque são 300 leitos do novo e 315 do velho. Se você desativar o velho, o déficit de leitos será maior ainda.

 

Alair Ribeiro/MidiaNews

Osvaldo Mendes

''E esse Pronto-Socorro novo não vai resolver o problema se desativarem o velho''

Estou escutando uma conversa de que será criado um hospital materno-infantil [onde hoje é o Pronto-Socorro velho]. Isso é “balela”. O que tem que se fazer é usar o hospital velho como leito de retaguarda e aproveitar o novo para que se faça atendimento e tenha maior agilidade nas resoluções de casos. E outras políticas públicas como a diminuição da violência no trânsito, por exemplo. Eu acho que radar nas ruas é fundamental. Porque ele educa, se não por bem, educa pelo bolso. E diminuir a violência. Eu acho que a polícia de Mato Grosso está fazendo um bom trabalho.

 

Para se ter uma ideia, hoje em Cuiabá nós temos cerca de 10 a 15 acidentes de moto por dia. São pacientes que machucam geralmente joelho e cabeça. Um doente que é cronificado e precisa de internação. Esse é um problema de saúde pública, que a estrutura não dá conta, porque a emergência é feita, mas a urgência não. Porque é um doente que fica na fila aguardando os hospitais cujos serviços são comprados.

 

MidiaNews – No ano passado, o Ministério Público do Estado abriu um inquérito para investigar a falta de profissionais no Pronto-Socorro de Cuiabá. Isso ainda acontece?

 

Osvaldo Mendes – Acontece nas UPAs (Unidades de Pronto-Atendimento). Se você for a qualquer UPA, vai ver que há dois ou três profissionais para atender 150, 200 ou 300 pessoas. O que acontece é que, como não existe mais a porta de entrada, estão querendo tirar isso do Pronto-Socorro, dá nisso, na superlotação das UPAs. Então o cidadão que chega nessas unidades demora pelo menos de três a quatro horas. Além de tudo, são poucos profissionais para que seja resolvido o problema. Se as UPAs tivessem mais profissionais, com certeza ia diminuir bastante o fluxo no Pronto-Socorro de Cuiabá.

 

MidiaNews – A falta de profissionais nas UPAS é por questões salariais? Ou falta controle de ponto?

 

Osvaldo Mendes – Eu acho que por falta de profissional, sim! E há outro problema. Eu vejo que o que acontece é que os profissionais com maior experiência normalmente estão saindo, mas o pessoal que está se formando é o perfil dos profissionais que estão nas UPAs. E isso é uma questão de vivência, você aprende com o tempo. É igual dirigir. O ato de dirigir se aprende com a experiência do dia-a-dia. Então quanto mais experiência você tiver – e isso é mais diretamente proporcional à idade –, mais você vai ter noção das coisas. E muitas vezes - com todo o respeito que eu tenho com os profissionais da saúde –, ele não tem ainda a experiência suficiente para determinar o que é uma urgência e o que é uma emergência. Esse é um fato concreto.

 

MidiaNews – As UPAs ajudaram a desafogar o Pronto-Socorro?

 

Osvaldo Mendes – A finalidade da Unidade de Pronto-Atendimento é justamente a atenção secundária. E com isso diminuiu bastante [a demanda no PS]. Mas por outro lado, não deu para tirar a superlotação. Então quanto mais UPAs houver, teoricamente vai haver diminuição no fluxo de pacientes no Pronto-Socorro.

 

MidiaNews – Essa crise nos hospitais filantrópicos está afetando muito a Saúde em Cuiabá, não é mesmo?

 

Osvaldo Mendes – Eu não vejo mais como prolongar essa crise. Eu acho que o tem que ser feito é colocar o papel em cima da mesa e ver o que foi acertado. E acho ainda que é muito pesado colocar culpa unicamente no Governo do Estado. Houve um acordo. Eu tenho conversado com os diretores dos hospitais filantrópicos e o que acontece é que houve um acordo com o secretário anterior, tanto do Estado quanto do Município. E que se aumentou primeiro a diária da UTI para R$ 1.500. E veio outro secretário e diminuiu para R$ 1.200. E, segundo a direção destes hospitais, isso causou um transtorno. Além disso, prolongou-se o pagamento - que era feito em 30 dias - para ser feito com 60 dias ou 90. Isso causou um transtorno danado. E ainda vai ser um problema muito grave, porque há uma ameaça concreta desses hospitais pararem de atender.

 

MidiaNews – Como vê a política de gestão de hospitais por meio das OSSs (Organizações Sociais de Saúde)?

 

Osvaldo Mendes –  Não tenho absolutamente nada contra. Acho que, quando você compra um serviço, quem paga é o gestor. Então você está comprando o serviço e você diz :“Eu quero assim e assado”. Então esse viés ideológico eu não tenho. Não acho que o fato de você terceirizar um serviço vai derrubar a qualidade. Agora, o que eu vejo é que você não pode assumir tudo. Eu acho que tem OSS séria e tem OSS que depende do gestor. Se eu vou contratar um serviço, eu que estou pagando, então que seja pago um preço justo. Portanto o problema não são as OSSs, o problema é o gestor.

 

MidiaNews – Dias atrás, em entrevista ao MidiaNews, o ex-prefeito de Cuiabá Wilson Santos disse que saúde pública universal e gratuita no Brasil é utopia.  E que nem os Estados Unidos, a nação mais rica do Mundo, têm um SUS. O que o senhor acha dessa declaração?

 

Osvaldo Mendes – Acho que não é assim. Acho que o que ele está falando é de assistência, porque a saúde é universal. A vacina, por exemplo, está nos postos e unidades de pronto-atendimento. O que ele deve estar falando é da assistência. Eu acho que a gente paga uma carga tributária muito grande para ter pelo menos as coisas básicas. Eu sou a favor do estado mínimo, que te favoreça na saúde, na educação e na segurança. Com essa carga tributária, que é uma das maiores do mundo, acho que o cidadão tem direito sim a uma assistência digna. A gente paga imposto para ter uma saúde de qualidade, uma educação de qualidade e gratuita para todo mundo. Então não concordo com ele. Acho é que está faltando investimento maciço na saúde.

 

MidiaNews – Também em entrevista ao MidiaNews, o promotor Alexandre Guedes, que atua na área de Saúde, disse que um dos grandes problemas da rede em Cuiabá é a atenção básica. O senhor concorda que o setor seja falho?

 

Osvaldo Mendes – Concordo. Precisa haver prevenção. Nós temos doenças que não têm cura, como hipertensão e diabetes. Então o que você tem que fazer é política de prevenção, mas não prevenção para que evite a doença. Isso não existe. O que deve ser feito é evitar as complicações dessas doenças. E isso é saúde pública, isso é saúde preventiva. Deve-se prevenir as complicações da doença. Acho que a saúde melhorou muito na atenção primária porque a população tomou conhecimento de muita coisa que faz bem pra ela. Por exemplo: diminuiu o sal, começou a fazer atividades físicas. E o gargalo está em outras questões: na violência no trânsito, doenças crônicas ou da própria idade, por exemplo.

 

MidiaNews – O senhor pode fazer uma avaliação da atuação da secretária de Saúde de Cuiabá, Elizeth Araújo, e do secretário do Estado, Luiz Soares?

 

Osvaldo Mendes – Em relação à secretária, acho que ela tem muito boa intenção, mas boa intenção não resolve o problema. Na verdade acho que o prefeito Emanuel Pinheiro está muito otimista com relação a esse Pronto-Socorro novo. Em relação ao secretário de Estado, a reclamação que se ouve é que se trata de uma pessoa de difícil acesso. Nessa questão de negociações com os hospitais [filantrópicos], o secretário tinha que ser mais atuante, discutir e chamar o conselho. Acho que é fundamental sentar com os envolvidos e discutir. 

 

MidiaNews – O senhor voltou a citar o novo Pronto-Socorro. Então a gente corre o risco de se frustrar com esse novo hospital?

 

Alair Ribeiro/MidiaNews

Osvaldo Mendes

''O que está se falando por aí é que a ideia é transformar o Pronto-Socorro antigo em hospital materno-infantil. Isso é uma balela''

Osvaldo Mendes – Se for desativado o antigo, vai frustrar, será uma transferência de maca. E pode escrever isso. Porque vai sair de 315 leitos e macas para 300 leitos.

 

O que está se falando por aí é que a ideia é transformar o Pronto-Socorro antigo em hospital materno-infantil. Isso é uma balela, não existe. Porque já que a gente tem uma superlotação, o que a gente vai ter é que manter os leitos do antigo para que diminuam as macas.

 

MidiaNews – A ideia que o senhor passa da crise na saúde é que se trata de um problema nacional.

 

Osvaldo Mendes – Sim, não é a gestão. Eu acho que é um problema no Brasil inteiro. Eu ainda não vi um Estado dizendo que a saúde pública vai muito bem. Acho que é nacional, que pode ser por causa de gestão, mas pode ser também financiamento. Eu acho que temos que resolver isso com maturidade. Não adianta a gente ficar trocando acusações sem sentar na mesa com a participação do Conselho [Estadual e Municipal de Saúde], com representantes da população, do Governo, Município e entidades. Tem que sentar e discutir. Porque não está havendo esse diálogo. E os conselhos foram criados para isso. 

 

MidiaNews –  Há algo que o senhor gostaria de acrescentar?

 

Osvaldo Mendes – Gostaria de pedir, em nome da população de Cuiabá, que pelo amor de Deus, que se sentem à mesa, negociem e mostrem resultados. Tirem o governador e sentem com os secretários para resolver o problema, principalmente com os hospitais credenciados. Porque, se eles pararem, quem vai sofrer mais são as pessoas quem têm pouco acesso, que não têm como pagar uma consulta particular. Que sentem com maturidade e resolvam isso para que a população não sofra mais do que já está sofrendo.

 

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